IBGE documenta expansão da Saúde da Família

A Saúde da Família foi um dos temas de uma pesquisa publicada esse ano pelo IBGE: o suplemento saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008. O estudo comprovou que mais da metade dos brasileiros já é atendido por equipes da estratégia Saúde da Família, e traz dados consistentes com um impacto da estratégia sobre outros temas pesquisados. (Para uma descrição da Saúde da Família, leia o artigo Estratégia de Saúde da Família, que publiquei no vizinho Kanzler Melo Psicologia.)

Capa do suplemento de saúde da PNAD 2008

Em 2008, 50,9% dos domicílios brasileiros estava cadastrados em uma equipe de Saúde da Família. Na região Sudeste, essa proporção é de apenas 38,5%, mas essa é a segunda região brasilera com a maior proporção de domicílios cadastrados nos últimos 12 meses. A proporção de famílias atendidas varia muito de acordo com a renda: de 64,2%, nos domicílios com menor renda, a 16,3%, nos de maior renda. (Se bem que a proporção de pessoas com plano de saúde varia ainda mais: de 2,3% para 82,5%.) O nível de educação também tem relação com a cobertura pela Saúde da Família, mas numa graduação muito menor.

Visitando esta página do Ministério da Saúde é possível conferir que em 2003 apenas 35,7% da população brasileira tinha acesso à Saúde da Família; o aumento foi de quase 15%. Coincidência ou não, esse foi o aumento que o IBGE observou no número de mulheres de 50 a 69 anos que já fizeram mamografia alguma vez na vida. É claro que o primeiro pré-requisito é o município ter acesso a um aparelho de mamografia, mas já existem uma série de estudos indicando melhora de indicadores de saúde materno-infantil na medida em que se adota a Saúde da Família.

A PNAD também constatou que, ao longo dos últimos 10 anos, o número que pessoas que normalmente procuram unidades de saúde pública aumentou de 41,8% para 52,8%, enquanto a proporção para consultórios particulares se manteve praticamente estável, e a proporção para ambulatórios hospitalares caiu de 21,5% para 11,9%. Novamente, vários fatores podem estar influenciando, mas a substituição das unidade de saúde tradicionais por unidades de Saúde da Família pode ter alguma relação com esse aumento da procura.

Essas são apenas algumas das informações de saúde divulgadas pelo IBGE. Para saber mais, sugiro a leitura da comunição social ou da íntegra da pesquisa.

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