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Prova para ser médico?

Neste dia 22 de outubro, pouco depois do dia do médico, a Associação Paulista de Medicina divulgou uma pesquisa de opinião segundo a qual 91% dos brasileiros seriam favoráveis aos médicos precisarem passar por uma prova antes de exercerem a medicina. A pesquisa incluiu mais de 2 mil pessoas com 16 anos de idade ou mais, e percorreu 135 municípios, dentro e fora de regiões metropolitanas das 5 regiões do país.

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O que você acha mais importante num médico?

Achei interessante essa pergunta, proposta numa enquete da UOL.

A questão não é nova, e já foi respondida através de várias pesquisas científicas, utilizando métodos mais adequados e abordando pessoas que representem melhor a população geral. Mas não me lembro disso ter sido objeto de pesquisa no Brasil — certamente não entre os leitores deste humilde blog.

Portanto, peço a cada um de vocês que comente abaixo, de preferência sem ler as alternativas da enquete. O que é que você mais valoriza num médico?

Conte ao seu médico como você é tratada

Achei esse artigo muito interessante, e pensei até mesmo em traduzir para publicar no Doutor Leonardo. Felizmente, o Blog do Pediatra em Casa já fez isso por mim! Confira o seguinte trecho:

Aos 73 anos, eu tenho visto certamente a evolução da experiência “médica”, da obstetrícia/ginecologia até o pediatra (tenho 5 filhos) a especialista, generalista.

Aprendi a aceitar o fato de que nesta época de alta tecnologia, nós não vamos estar conversando com o nosso médico sobre o preço do salgadinho na cantina da escola. A maior lição que aprendi, no entanto, é que, se você é tratado rudemente ou de forma brusca por algum funcionário, muitas vezes, o médico nem tem ideia do que está acontecendo. Você precisa dizer a ele, seja pessoalmente ou por uma cartinha “confidencial” escrita à mão.

Para ler o depoimento integral desta senhora norte-americana, bem como os comentários do pediatra brasileiro Andre Bressan, acesse a página Uma reflexão interessante sobre experiência de ser ‘paciente’.

Receita sem carimbo: pode?

Eu estava lendo as novidades do Planeta Saúde Brasil quando me deparei com uma enquete publicada no Blog do Pediatra em Casa:

Se seu filho for atendido numa emergência e a receita for feita sem carimbo, apenas com o nome e o número do CRM escrito você:

  • Segue a prescrição?
  • Vai ao site do CRM e verifica se o número é do médico?
  • Joga a receita fora e vai a outro pronto-socorro?
  • Chama a polícia e denuncia o falso médico?

Não vou participar porque acredito que, sendo médico, meu entendimento do assunto pode não ser igual ao da maioria da população. Mesmo assim, estou muito interessado no resultado dessa pesquisa de opinião.

E você, o que faria nessa situação? Vote agora, e se quiser aproveite para comentar seus motivos.

Atualização: Confira o resultado (e meus comentários) em: E aí, receita sem carimbo pode ou não pode?.

Auto-hemoterapia não tem comprovação científica

Mencionei a auto-hemoterapia de passagem no artigo Novas regras para a doação de sangue, e o procedimento acabou atraindo mais comentários do que o assunto principal. Assumi então o compromisso de escrever um artigo só sobre a auto-hemoterapia, de forma a canalizar a polemica.

Fiz uma levantamento bibliográfico usando as bases de dados Medline, Lilacs, Ibecs, Cochrane e Scielo, através da PubMed e da BVS. Pesquisei por artigos relatando estudos clínicos (testes em humanos) que contivessem os termos auto-hemoterapia ou auto-hemotherapy. Só encontrei dois artigos, com resultados nada animadores.

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Médico do SUS é condenado à prisão por cobrar de pacientes

Em 2008 o médico Fernando José Mendes Slovinski foi denunciado por cobrar de pacientes do SUS por 9 exames, tratamentos e cirurgias, durante o período de 2004 a 2008. Na época, o médico era diretor do Departamento de Radiologia do hospital público Celso Ramos, em Santa Catarina. No início de 2009 o médico já estava afastado do cargo, e em abril de 2010 foi condenado a mais de 14 anos de prisão pelo crime de concussão, que no Direito é como se chama quando um funcionário público obtém (ou tenta obter) vantagens indevidas usando para isso de sua função. Além de cumprir pena em regime fechado (nos primeiros anos), ele ainda terá que devolver o dinheiro cobrado e pagar uma multa. Também perdeu o cargo, e enfrenta um outro processo, por improbidade administrativa. (Fonte: Diário Catarinense, através do professor Alexandre Pereira.)

O Ministério Público de Santa Catarina está de parabéns pela atuação, e espero que mais casos como esse sejam revelados e punidos. Só lamento que a denúncia tenha sido motivada por uma reportagem da televisão, que gravou o médico no ato. As outras 8 denúncias pelas quais Fernando José Mendes Slovinski foi condenado apareceram apenas depois da iniciativa da televisão catarinense. Nada contra o jornalismo investigativo, mas eu gostaria de que ele fosse menos necessário.

Saúde não é esmola

Fiquei sabendo que, numa novela em exibição, um grupo de médicos bem intencionados está trabalhando voluntariamente numa unidade de saúde da favela. O vizinho Vladimir Melo não me deixa mentir, já fiz trabalho voluntário fora da Medicina, inclusive de qualidade, considero, mas mesmo assim não sou nem um pouco simpático ao que a novela exibiu.

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Projeto de lei obriga planos de saúde a respeitar pagamentos exigidos por conselhos profissionais

O projeto de lei 1220/2007, proposto pelo deputado federal Jovair Arantes (PTB/GO), obriga os planos de saúde a respeitar as tabelas de (remuneração de) procedimentos elaboradas pelos conselhos profissionais da área da saúde. No caso da Medicina, e, imagino, no de outras profissões, os honorários registrados nas tabelas de procedimentos são considerados os valores mínimos a serem aceitos sem ferir a ética profissional.

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Conselho Federal de Medicina impõe limites à prática ortomolecular

A chamada medicina ortomolecular, ou biomolecular, atribui o adoecimento a desequilíbrios da composição corporal, e usa métodos que supostamente verificam os eventuais desquilíbrio, para então corrigi-los com suplementos. Acontece que grande parte disso não tem comprovação científica alguma, e ainda por cima expõe a pessoa ao risco de novas doenças, inclusive câncer de intestino. Por isso, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a resolução nº 1.938/2010, impondo limites éticos à prática ortomolecular com base no avanço científico dos últimos 15 anos.

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