Arquivo da tag: medicamento

Suplementos vitamínicos e minerais não previnem degeneração macular

A degeneração macular relacionada à idade é uma causa de cegueira entre os idosos, podendo evoluir em questão de meses. O risco de degeneração macular parece aumentar com os mesmos fatores de risco conhecidos para doenças cardiovasculares como infarto e derrame, e alguns genes específicos foram identificados. Como se acredita que radicais livres estejam envolvidos, faz sentido pensar que vitaminas e/ou minerais antioxidantes possam ajudar a prevenir a instalação da doença.

No dia 30 de julho, a Colaboração Cochrane publicou uma revisão sistemática dos estudos onde suplementos vitamínicos e/ou minerais foram testados para a prevenção de degeneração macular. A revisão incluiu cinco estudos, com mais de 76 mil participantes, testando vitamina C (ácido ascórbico), betacaroteno (uma forma inativa de vitamina A), vitamina E (tocoferois, tocotrienois) e um suplemento multivitamínico (que também incluía vários minerais).

Em resumo, a revisão concluiu que:

Continue lendo

Viciado em gomas de nicotina

Possivelmente depois de ter lido meu artigo sobre como usar adesivos de nicotina para parar de fumar, um leitor me perguntou:

Larguei de fumar faz 17 anos, mas viciei nas gomas de [nicotina]. Não consigo abandonar. O que devo fazer?

Como vocês sabem, não dá para fazer consulta médica através de blog ou e-mail. Por isso mesmo, minha resposta pode interessar a todos os leitores:

Continue lendo

Interação medicamentosa de chá de hibisco com varfarina

Uma leitora me perguntou:

Será que eu posso toma chá de hibisco, pois tomo marevan 5mg?

Marevan é uma marca de varfarina, um anticoagulante notório por suas interações medicamentosas. Além de ser um dos medicamentos com mais interações medicamentosas, a varfarina é um dos medicamentos cuja segurança e eficácia são mais afetados por essas interações. E mais, essas interações medicamentosas envolvem não apenas outros medicamentos, mas também alimentos e bebidas.

Continue lendo

Anticoncepcionais modernos têm maior risco de trombose

As mulheres brasileiras estão cada vez mais conscientes de que as pílulas anticoncepcionais (contraceptivos hormonais orais) aumentam o risco de trombose venosa profunda, que é quando o sangue “coagula” dentro das veias da pessoa. A gravidade de uma trombose pode ser desde mínima até morte súbita, passando pela possibilidade de deixar sequelas.

Cartela de pílua anticoncepcional sobre teclado de computador.

© anga. Licença CC BY-NC 2.0.

Apesar do aumento no risco de trombose, os anticoncepcionais são considerados medicamentos muito seguros, e podem ser comprados sem receita médica. A trombose venosa profunda (e uma de suas complicações, a embolia pulmonar) é tão rara que, mesmo com o aumento do risco devido ao anticoncepcional, continua sendo uma complicação rara. Além disso, a gravidez aumenta o risco de trombose ainda mais do que a pílula anticoncepcional, e ninguém deixa de engravidar por causa disso.

O que poucas mulheres sabem é que as pílulas anticoncepcionais mais modernas aumentam o risco de trombose ainda mais do que as pílulas mais antigas. Apesar de essa diferença não ser novidade para nós médicos, decidi comentar o assunto mesmo assim, aproveitando a recente publicação de uma pesquisa sobre o assunto.

Continue lendo

Como engolir cápsulas com mais facilidade

Semana passada eu divulguei uma técnica para engolir comprimidos com mais facilidade. Só que aquela técnica não funciona para cápsulas, que são mais leves do que a água. Por isso, o artigo publicado pelos Annals of Family Medicine também avaliou outra técnica, para as pessoas engolirem cápsulas com mais facilidade.

Cápsulas

Cápsulas“, por user:Würfel. Licenciada sob CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons

Continue lendo

Como engolir comprimidos com mais facilidade

Muitas pessoas têm dificuldade para engolir comprimidos ou cápsulas. Por isso, um grupo de médicos alemães pesquisou qual era a eficácia de duas técnicas para ajudar as pessoas a engolir esses remédios. O resultado foi publicado pelo jornal Annals of Family Medicine, e seu conteúdo integral está disponível de graça.

Como nem todo o mundo sabe inglês, traduzo para vocês hoje as instruções para engolir comprimidos:

Continue lendo

Município de Vitória lança política de saúde para práticas integrativas e complementares

Semana passada, no dia 6 de abril de 2015, a Câmara Municipal de Vitória realizou uma audiência pública sobre a política municipal de práticas integrativas e complementares (PICs), a ser lançada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semus). O tema já tinha sido assunto de um Fórum, realizado pela Semus, em novembro de 2013. Além disso, eu mesmo já tinha respondido a uma consulta interna sobre PICs, enquanto trabalhava em Vitória como médico da estratégia Saúde da Família.

Mesmo não sendo entusiasta das PICs, acho louvável a iniciativa de Vitória.

Continue lendo

Medicamentos similares poderão ser comprados com receita de genérico ou de referência

Em seguimento a uma consulta pública lançada no início do ano, a Anvisa publicou uma resolução que autoriza a venda de medicamentos similares quando a pessoa tiver uma receita com o nome do medicamento de referência ou genérico, a partir do dia 1º de janeiro de 2015.

Continue lendo

Como usar adesivos de nicotina para parar de fumar

Muitas pessoas conseguem abandonar o tabagismo seguindo as dicas que reuni no artigo Como parar de fumar. Outras precisam de alguma ajuda. Como nem todo o mundo encontra com facilidade profissionais de saúde que saibam ajudar as pessoas a parar de fumar, trago aqui mais uma dica de como parar de fumar sem ajuda profissional.

A terapia de reposição de nicotina é o uso de medicamentos com nicotina para ajudar a pessoa na transição de fumante para não fumante. Esses medicamentos podem ser comprados sem receita médica. Existem basicamente dois tipos: adesivos e gomas.

Continue lendo

Medicamentos similares serão equiparados aos de referência

Alguns anos atrás expliquei que os medicamentos genéricos eram comprovadamente equivalentes aos de referência, e por isso eram mais confiáveis que os medicamentos similares, ou seja, que os medicamentos de outras marcas. Essa diferença foi introduzida na década de 90, quando o Brasil começou a reconhecer as patentes dos medicamentos.

O que eu não expliquei ainda é que isso está para mudar. Até o fim de 2014, todos os medicamentos similares precisarão ter comprovado serem iguais aos de referência para continuarem a ser fabricados e vendidos.

Continue lendo