Como a expectativa de vida evoluiu em 200 anos

Doutor Hans Rosling é estatístico e médico, e tem um programa de televisão onde apresenta a estatística de forma divertida. 200 países, 200 anos, 4 minutos é um vídeo em que o professor mostra como a saúde está ligada à economia, e como os países evoluíram nesses aspectos ao longo de 2 séculos.

O vídeo está em inglês e não tem legendas. Se quiser, preferir, leia as anotações a seguir antes de assistir ao vídeo.

  • Cada bola representa um país. Quanto maior a bola, maior a população. Quanto mais para cima, maior a expectativa de vida ao nascer. Quanto mais para a direita, maior a renda média da população. A cor indica o continente.
  • Em 1810 todos os países eram pobres e doentes. Apenas dois países tinham um expectativa de vida maior que 40 anos: Reino Unido e Holanda.
  • Ao longo do século 19 a revolução industrial melhorou em muito a renda em alguns países, principalmente na Europa. A expectativa de vida acompanhou. No resto do mundo, por outro lado, a situação continuou a mesma.
  • Os efeitos da 1ª Guerra Mundial, da Gripe Espanhola, da Crise de 1929, e da 2ª Guerra Mundial são marcantes.
  • Em 1948 a diferença entre os países atingiu seu máximo. O Brasil, que começou a melhorar em 1913, tinha superado a maioria dos países asiáticos e africanos, mas ainda estava pior que a maioria dos europeus.
  • As colônias europeias na África e na Ásia ganharam independência, e começaram a melhorar, tanto na economia quanto principalmente na expectativa de vida. O Brasil mudou para a parte mais rica e saudável do gráfico, mas continua não sendo exatamente um expoente.
  • Mesmo com a melhora geral, em 2009 ainda existiam grandes discrepâncias entre os países — e entre os países. A China, por exemplo, tem uma renda média e um nível de saúde semelhante ao Brasil, mas sua província Xangai tem condições mais semelhantes à Itália, enquanto outra província, Guizhou, está mais próxima do Paquistão.
  • A tendência para o futuro é de melhora, e com as novas tecnologias é possível que todos os países se tornem ricos e sadios.

E finalmente, o vídeo:

Muitas pessoas no Brasil têm a impressão de que o mundo está piorando. De fato, a violência no Brasil se tornou um problema seríssimo nas ultimas décadas. Mas, quando eu penso no aumento da expectativa de vida e nas condições de vida, fica muito mais fácil aceitar que as coisas estão melhorando, sim.

4 pensou em “Como a expectativa de vida evoluiu em 200 anos

  1. Vladimir Melo

    Fico pensando que algumas doenças, como coronarianas e câncer, revelam o desafio atual de superar não mais (ou não apenas) os danos causados por microrganismos, mas o mau funcionamento do corpo envelhecido. Talvez seja este o tempo em que se morre menos por causas externas e mais por doenças desse gênero, até mesmo porque a população já conta com muitos idosos. É bem provável também que o ser humano esteja próximo de aceitar que há um certo limite para se viver com qualidade, por mais que a ciência avance. Tudo bem que somos programados para transpor limites…

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    1. Leonardo Fontenelle Autor do post

      As principais causas de morte no Brasil são infarto e derrame, e as chamadas doenças crônicas não transmissíveis já são responsáveis pela grande maioria da incapacidade e dos anos de vida perdidos por morte prematura.

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    2. Adriane Brasileiro Mazocoli Silva

      Mais um texto muito legal, Leonardo! Ainda não vi o vídeo ( vou ver logo), parece bom! Alcumas coisas que acho que tem que acontecer para melhorar mais nossa expectativa de vida, então, até pelo que você escreveu aí, seriam:
      1) as faculdades de Medicina e de outras profissões de saúde TÊM que ensinar mais e melhor, na graduação, tanto Medicina de Família e Comunidade / Atençãoa Primária a Saúde quanto GERIATRIA E GERONTOLOGIA, para entendermos e fazermos melhor prevenção e sobre o envelhecimento natural ou patológico humanos…( eu, por falta dessa mate’ria na minha UFJF onde formei em 95, em 2000 fiz pós graduação na Estácio do Rio, justamente para saber melhor lidar com minha população, cada vez mais frequentemente acima de 80 anos!!)
      e
      2) Violência: temos que encarar e combater essa questão não só com policiamento preventivo ou tradicional, mas também como questão de saúde: bater em criança, por exemplo , como método de educàção, deve ser ADVERTIDO por profissionais de saúde como algo INADEQUADO ( e infelizmente ainda vejo bons profissionais achando que isso é natural!!) , até porque ENSINA a violência a criança. Trânsito e convivência com os diferentes , paciência e gentileza também são questòes que devem ser mais faladas nos nossos grupos de educação para a saúde e no dia a dia de nossos atendimentos, consultas, etc!! Além de aparelharmos melhor os profissionais de saúde e estudantes da área para saber lidar com situações de violência nos postos de saúde e nas suas áreas! A quem recorrer, quando, como , etc… mas é NECESSÁRIO encararmos essa questão como de SAÚDE pública também…
      Não é?
      Ou como têm feito para melhorar sua sobrevivência os países com melhores índices??
      Por aí…
      Abraço! Parabéns de novo pelo tema, maravilha!!

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