{"id":1190,"date":"2010-09-01T00:00:51","date_gmt":"2010-09-01T03:00:51","guid":{"rendered":"http:\/\/leonardof.med.br\/?p=1190"},"modified":"2015-08-14T18:06:27","modified_gmt":"2015-08-14T21:06:27","slug":"as-10-principais-doencas-do-homem-no-brasil","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/leonardof.med.br\/2010\/09\/01\/as-10-principais-doencas-do-homem-no-brasil\/","title":{"rendered":"As 10 principais doen\u00e7as do homem no Brasil (corrigido)"},"content":{"rendered":"<p><ins datetime=\"2015-08-14T21:05:01+00:00\">Atualiza\u00e7\u00e3o (2015): &#8220;<a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2015\/08\/14\/as-10-piores-doencas-no-brasil\/\">As 10 piores doen\u00e7as no Brasil<\/a>.&#8221;<\/ins><\/p>\n<p>Quando se fala em um homem ir a uma consulta m\u00e9dica, muitas pessoas pensam logo no exame de pr\u00f3stata. Primeiro, o pr\u00f3prio <a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/04\/05\/descobridor-do-psa-critica-seu-uso-no-cancer-de-prostata\/\" rel=\"bookmark\" title=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/04\/05\/descobridor-do-psa-critica-seu-uso-no-cancer-de-prostata\/\">Instituto Nacional do C\u00e2ncer (Inca) n\u00e3o recomenda que se fa\u00e7a toque retal ou dosagem de PSA no sangue como rotina<\/a>. Segundo, o homem brasileiro tem uma s\u00e9rie de doen\u00e7as mais importantes, qualquer que seja o crit\u00e9rio adotado. Por isso, compilei uma lista das doen\u00e7as que mais comprometem a sa\u00fade do homem brasileiro, usando como crit\u00e9rio a carga de doen\u00e7a (que considera os anos de vida perdidos, o grau de incapacidade dos sobreviventes, e o n\u00famero de pessoas afetadas). O n\u00famero entre par\u00eanteses \u00e9 a propor\u00e7\u00e3o da carga de doen\u00e7a do homem brasileiro que \u00e9 atribu\u00edda pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) \u00e0quela doen\u00e7a.<\/p>\n<p><!--more--><\/p>\n<div style=\"width: 330px\" class=\"wp-caption aligncenter\"><a href=\"http:\/\/www.flickr.com\/photos\/7202153@N03\/532519876\/\"><img loading=\"lazy\" decoding=\"async\" alt=\"Est\u00e1tua de um rev\u00f3lver com o cano dobrado fazendo um n\u00f3\" src=\"http:\/\/arquivos.leonardof.med.br\/Flickr_7202153_320x206.jpeg\" title=\"N\u00e3o-Viol\u00eancia\" width=\"320\" height=\"206\" \/><\/a><p class=\"wp-caption-text\">\u00a9 Alan (<a href='http:\/\/creativecommons.org\/licenses\/by-nc\/2.0\/deed.pt_BR' title='Licen\u00e7a Creative Commons Atribui\u00e7\u00e3o - Uso n\u00e3o comercial 2.0 Gen\u00e9rica'>alguns direitos reservados<\/a>)<\/p><\/div>\n<ul>\n<li><strong>Viol\u00eancia<\/strong> (11,4%) \u2014 Essa &#8220;doen\u00e7a&#8221; inclui <strong>assassinato<\/strong>, tentativa de assassinato e outros tipos de agress\u00e3o. Em outros termos, todo tipo de agress\u00e3o intencional que n\u00e3o tenha sido causado pela pr\u00f3pria v\u00edtima ou como parte de algum tipo de guerra. Estima-se que, no Brasil e regi\u00e3o, o \u00e1lcool seja respons\u00e1vel por 45% da mortalidade por assassinato em homens a partir dos 15 anos de idade, e 15% em crian\u00e7as. O consumo de drogas il\u00edcitas tamb\u00e9m tem uma contribui\u00e7\u00e3o, mas parece que trabalhar no tr\u00e1fico \u00e9 ainda pior. <a href=\"http:\/\/blogs.estadao.com.br\/crimes-no-brasil\/2009\/11\/08\/entre-o-crime-organizado-e-o-crack\/\" title=\"Crimes no Brasil: Entre o crime organizado e o crack\">De acordo com o ex-secret\u00e1rio de seguran\u00e7a do Esp\u00edrito Santo<\/a>, <q cite=\"Rodney Miranda\">cerca de 70% dos assassinatos [no estado] s\u00e3o resultados de disputas territoriais envolvendo o tr\u00e1fico de drogas<\/q>.<\/li>\n<li><strong>Acidentes de tr\u00e2nsito<\/strong> (4,9%) \u2014 Estima-se que o \u00e1lcool seja respons\u00e1vel por 60% das mortes por acidentes de tr\u00e2nsito nos homens entre 30 e 44 anos de idade no Brasil e regi\u00e3o. Essa propor\u00e7\u00e3o ainda \u00e9 de 56% entre os 15 e os 29 anos de idade, e vai caindo nos extremos da vida sem deixar de ser relevante: 18% para os menores de 15 anos de idade, e 30% para os maiores de 70 anos de idade. (Isso sem contar com as pessoas que sobrevivem aos acidentes mas ficam incapacitadas.) Vale lembrar que pedestre, ciclista e motociclista que bebem tamb\u00e9m aumentam o risco de se envolverem num acidente, e que quem n\u00e3o bebe pode morrer ou ficar incapacitado por causa de algu\u00e9m que bebeu.<\/li>\n<li>Transtornos relacionados ao uso do \u00e1lcool (4,9%) \u2014 O <strong>alcoolismo<\/strong> \u00e9 uma doen\u00e7a muito debilitante, e estimativas variam de 5% a 15% dos adultos no Brasil. Outro problema muito comum \u00e9 o <strong>uso nocivo do \u00e1lcool<\/strong>, no qual a pessoa continua usando \u00e1lcool em excesso (ou em ocasi\u00f5es inadequadas) mesmo percebendo que sua forma de beber est\u00e1 trazendo consequ\u00eancias. O uso nocivo do \u00e1lcool n\u00e3o \u00e9 uma doen\u00e7a, mas \u00e9 um problema de sa\u00fade grave, e colabora com grande parte das doen\u00e7as desta lista. Para conhecer os limites do uso de baixo risco do \u00e1lcool, confira o artigo <q><a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/08\/27\/por-que-os-homens-morrem-mais-cedo\/\" rel=\"bookmark\">Por que o homens morrem mais cedo?<\/a><\/q>.<\/li>\n<li>Doen\u00e7a card\u00edaca isqu\u00eamica (4,3%) \u2014 A <strong>angina<\/strong>, o <strong>infarto<\/strong> e os outros problemas da fam\u00edlia aparecem nos homens antes do que nas mulheres, algo como 5 anos mais cedo. Existem uma s\u00e9rie de fatores de risco, como falta de atividade f\u00edsica, tabagismo, obesidade, press\u00e3o alta, colesterol alto, e glicose alta. O uso de \u00e1lcool em baixas doses parece reduzir o risco de infarto, enquanto o uso excessivo aumenta o risco, at\u00e9 porque o \u00e1lcool est\u00e1 ligado a outros fatores de risco como a press\u00e3o arterial.<\/li>\n<li> <strong>Depress\u00e3o<\/strong> (4,1%) \u2014 Os transtornos depressivos unipolares, como o epis\u00f3dio depressivo maior e a distimia, s\u00e3o problemas mentais comuns e \u00e0s vezes muito graves. As mulheres sofrem mais com a depress\u00e3o que os homens, mas isso n\u00e3o significa que o problema seja negligenci\u00e1vel no sexo masculino. A maioria dos casos est\u00e3o relacionados a problemas sociais, financeiros etc., mas alguns s\u00e3o decorrentes de fatores de risco preven\u00edveis. Estima-se que o \u00e1lcool seja respons\u00e1vel por 7,0% dos casos de epis\u00f3dio depressivo maior, que \u00e9 um tipo importante de depress\u00e3o; no caso das mulheres, essa propor\u00e7\u00e3o \u00e9 de apenas 1,4%. (O contr\u00e1rio tamb\u00e9m ocorre: os transtornos depressivos aumentam o risco da pessoa desenvolver um transtorno relacionado ao uso do \u00e1lcool.) Outra causa importante de depress\u00e3o \u00e9 o abuso sexual na inf\u00e2ncia. (Leia tamb\u00e9m: <q><a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/06\/30\/como-saber-se-voce-esta-com-depressao\/\" rel=\"bookmark\">Como saber se voc\u00ea est\u00e1 com depress\u00e3o<\/a><\/q>.)<\/li>\n<li><strong>Pneumonia<\/strong> (3,8%) \u2014 Mesmo com a queda da mortalidade pela doen\u00e7a, a pneumonia pode trazer sequelas que prejudicam o funcionamento dos pulm\u00f5es para o resto da vida. N\u00e3o \u00e9 novidade de que o uso de \u00e1lcool e o tabagismo contribuem para as infec\u00e7\u00f5es respirat\u00f3rias.<\/li>\n<li><strong>Outros tipos de acidentes<\/strong> (3,3%) \u2014 Esses s\u00e3o os acidentes que n\u00e3o se enquadram em tr\u00e2nsito, afogamento, queda, envenenamento ou inc\u00eandio. No Brasil e regi\u00e3o estima-se que 48% dos &#8220;outros tipos de acidentes&#8221; sejam causados pelo \u00e1lcool, nos homens entre 15 e 44 anos de idade. At\u00e9 os 14 anos de idade essa propor\u00e7\u00e3o \u00e9 de 18%, e a partir dos 45 anos de idade, \u00e9 de 42%. Os acidentes de trabalho tamb\u00e9m constituem uma parte importante da causa desses acidentes.<\/li>\n<li><abbr title=\"acidente vascular cerebral\"><strong>AVC<\/strong><\/abbr> (3,3%) \u2014 A doen\u00e7a cerebrovascular, que inclui tanto o derrame (AVC) quanto outras formas menos dr\u00e1sticas, \u00e9 a principal causa de morte no Brasil, mas essa \u00e9 uma morte que costuma acontecer em idades bem mais avan\u00e7adas que a das mortes por viol\u00eancia ou acidente de tr\u00e2nsito. 62% de todos os derrames no mundo s\u00e3o causados por press\u00e3o arterial arterial elevada. Como j\u00e1 disse antes, quanto menor a press\u00e3o arterial, melhor. Baixar a press\u00e3o de 12,5 por 8 para 11,5 por 7,5, por exemplo, diminui em 38% o risco de AVC. Al\u00e9m disso, a maioria dos <a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/03\/17\/os-10-maiores-fatores-de-risco-para-a-saude-do-brasil\/\" rel=\"bookmark\">principais fatores de risco para a sa\u00fade do brasileiro<\/a> podem causar um derrame.<\/li>\n<li><strong>Diarreia<\/strong> (2,9%) \u2014 Na verdade, o n\u00famero de pessoas incapacitadas ou falecidas por diarreia \u00e9 menor do que o de muitas doen\u00e7as que n\u00e3o entraram nessa lista. Mas a diarreia afeta principalmente as crian\u00e7as, de forma que o n\u00famero de anos de vida perdidos acaba sendo ainda maior.<\/li>\n<li><strong>Prematuridade<\/strong> e <strong>baixo peso ao nascer<\/strong> (2,1%) \u2014 Estima-se que nascer com o peso abaixo de 2500 gramas aumente em 6 vezes o risco do beb\u00ea morrer antes de completar um m\u00eas de vida. (O peso m\u00e9dio ao nascer \u00e9 de 3300 gramas.) Existe uma s\u00e9rie de complica\u00e7\u00f5es da gravidez que podem causar um nascimento prematuro (antes do feto alcan\u00e7ar as 37 semanas) ou com baixo peso. E o melhor \u00e9 que a maioria dessas complica\u00e7\u00f5es pode ser prevenida ou diagnosticada precocemente se a mulher fizer o pr\u00e9-natal adequadamente.<\/li>\n<\/ul>\n<p>Pessoalmente, sou a favor de n\u00e3o deixarmos que as diferen\u00e7as nos ceguem para as semelhan\u00e7as. A maioria das doen\u00e7as mais importantes para os homens tamb\u00e9m t\u00eam alguma import\u00e2ncia para as mulheres, e vice-versa. Mas se for para focar nas diferen\u00e7as, fa\u00e7am-me o favor de n\u00e3o ficar pensando s\u00f3 em c\u00e2ncer de pr\u00f3stata. A carga de doen\u00e7a causada pelo c\u00e2ncer de pr\u00f3stata \u00e9 de cerca de um ter\u00e7o da carga de doen\u00e7a causada por prematuridade e baixo peso ao nascer, que s\u00e3o apenas a d\u00e9cima doen\u00e7a mais importante para os homens. As doen\u00e7as que mais distinguem os homens das mulheres s\u00e3o problemas mentais e sociais: a viol\u00eancia, os acidentes, e os transtornos relacionados ao uso de \u00e1lcool, tabaco e drogas ilegais. (Leia tamb\u00e9m: <q><a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/08\/27\/por-que-os-homens-morrem-mais-cedo\/\" rel=\"bookmark\">Por que o homens morrem mais cedo?<\/a><\/q>.)<\/p>\n<p>Se voc\u00ea tiver alguma d\u00favida sobre uma dessas doen\u00e7as, ou se simplesmente quiser manifestar seu interesse, n\u00e3o deixe de <a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/09\/01\/as-10-principais-doencas-do-homem-no-brasil\/\">fazer um coment\u00e1rio<\/a>. Pretendo usar essas manifesta\u00e7\u00f5es para escolher o tema dos pr\u00f3ximos artigos a serem publicados aqui no <cite>Doutor Leonardo<\/cite>.<\/p>\n<p>Ao longo dos pr\u00f3ximos meses pretendo publicar outras listas das <q>principais doen\u00e7as<\/q>: para as <a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/09\/29\/as-10-principais-doencas-da-mulher-brasileira\/\" rel=\"bookmark\" title=\"As 10 principais doen\u00e7as da mulher brasileira\">mulheres<\/a>, para as <a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/10\/12\/as-10-principais-doencas-das-criancas-no-brasil\/\" rel=\"bookmark\" title=\"As 10 principais doen\u00e7as das crian\u00e7as no Brasil\">crian\u00e7as<\/a>, para os <a href=\"http:\/\/leonardof.med.br\/2010\/10\/06\/as-10-principais-doencas-dos-idosos-no-brasil\/\" rel=\"bookmark\" title=\"As 10 principais doen\u00e7as dos idosos no Brasil\">idosos<\/a>, e para os adultos.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>As causas externas, como a viol\u00eancia e os acidentes de tr\u00e2nsito, convivem com doen\u00e7as como o infarto e a depress\u00e3o.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[42,33,7,104,107,105,26,45,48,27,102,109,100,90,103],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1190"}],"collection":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1190"}],"version-history":[{"count":21,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1190\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":1432,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1190\/revisions\/1432"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1190"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1190"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1190"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}