{"id":1295,"date":"2010-09-22T00:00:30","date_gmt":"2010-09-22T03:00:30","guid":{"rendered":"http:\/\/leonardof.med.br\/?p=1295"},"modified":"2010-09-24T15:07:05","modified_gmt":"2010-09-24T18:07:05","slug":"filme-alemao-aborda-depressao-pos-parto","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/leonardof.med.br\/2010\/09\/22\/filme-alemao-aborda-depressao-pos-parto\/","title":{"rendered":"Filme alem\u00e3o aborda depress\u00e3o p\u00f3s-parto"},"content":{"rendered":"

Eu n\u00e3o sei voc\u00ea, mas eu estava sentindo falta de um pouco mais de variedade no cinema. Em qualquer sala que voc\u00ea frequente, os filmes s\u00e3o praticamente os mesmos. Aqui em Vit\u00f3ria, o \u00fanico que inovava era o Cine Metr\u00f3polis<\/a>, da UFES, mas agora descobri o Cine Jardins<\/a>, no bairro Jardim da Penha. E o primeiro filme a que assisti l\u00e1 foi O Estranho em Mim<\/q>, um drama sobre a depress\u00e3o p\u00f3s-parto<\/a>. Filmado em 2008 na Alemanha, o filme venceu a Competi\u00e7\u00e3o de Novos Diretores da Mostra Internacional de Cinema em S\u00e3o Paulo naquele mesmo ano. (Trailer<\/span> dispon\u00edvel em alem\u00e3o<\/a> ou com legendas em ingl\u00eas<\/a>; bonito de se ver mesmo para quem s\u00f3 sabe portugu\u00eas.)<\/p>\n

\"M\u00e3e<\/a><\/p>\n

O filme tem aquele ritmo cadenciado que se convencionou chamar de cinema de arte. A primeira parte, que vai at\u00e9 o diagn\u00f3stico da depress\u00e3o, n\u00e3o dura muito mais que meia hora. Em vez do filme atingir seu cl\u00edmax e encerrar poucos minutos depois, come\u00e7a a segunda parte, sobre o processo de tratamento. Al\u00e9m de se recuperar da depress\u00e3o, a personagem precisa reconstruir a rela\u00e7\u00e3o com seu filho e seu marido.<\/p>\n

<\/p>\n

Concordo com \u00c9rico Borgo quando ele escreve no Omelete<\/cite><\/a> que \u00e9 paradoxal que um filme t\u00e3o importante seja exibido em t\u00e3o poucas salas de cinema. De fato, a depress\u00e3o p\u00f3s-parto \u00e9 um problema relativamente pouco conhecido, e muitas mulheres demoram ou mesmo nem chegam a procurar ajuda. N\u00e3o acredito que o problema, como um todo, seja um tabu, como dizem as resenhas sobre o filme. Mas deve ser dif\u00edcil para uma m\u00e3e admitir que n\u00e3o est\u00e1 t\u00e3o ligada ao seu filho quanto espera a sociedade.<\/p>\n

Do ponto de vista m\u00e9dico, praticamente n\u00e3o tenho o que criticar no filme, mas estranhei que a depress\u00e3o p\u00f3s-parto tenha come\u00e7ado imediatamente ap\u00f3s o nascimento. Em todos os casos que conhe\u00e7o, ou de que tive not\u00edcia, os sintomas se apresentaram dias ou semanas ap\u00f3s o parto. Vladimir Melo<\/a> e Daniel de Barros<\/a>, voc\u00eas conhecem algum caso de in\u00edcio t\u00e3o precoce?<\/p>\n

A depress\u00e3o p\u00f3s-parto acontece em 10% a 15% dos partos, principalmente em mulheres com baixo suporte social (fam\u00edlia, amigos), insatisfa\u00e7\u00e3o na rela\u00e7\u00e3o com o marido, ou com antecedente pessoal de transtornos mentais. Eventos recentes marcantes tamb\u00e9m aumentam o risco de depress\u00e3o p\u00f3s-parto, mas n\u00e3o existe consenso quanto aos problemas da gravidez em si. Os sintomas da depress\u00e3o p\u00f3s-parto s\u00e3o muito semelhantes aos da depress\u00e3o “comum”, de forma que recomendo a leitura do artigo Como saber se voc\u00ea est\u00e1 com depress\u00e3o<\/a><\/q>.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

\u201cO Estranho em Mim\u201d relata o adoecimento e a recupera\u00e7\u00e3o de uma mulher com depress\u00e3o p\u00f3s-parto.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[32,43],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1295"}],"collection":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=1295"}],"version-history":[{"count":11,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1295\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":1424,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/1295\/revisions\/1424"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=1295"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=1295"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=1295"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}