Durante muitos anos, os profissionais de sa\u00fade incentivaram as mulheres a fazer o auto-exame das mamas regularmente, como uma forma de detectar o c\u00e2ncer de mama no in\u00edcio e assim facilitar seu tratamento. De fato, os primeiros estudos cient\u00edficos foram bastante promissores. As mulheres que praticavam ao auto-exame da mama apresentavam um risco 40% de ter c\u00e2ncer avan\u00e7ado no momento do diagn\u00f3stico, e um risco 36% menor de morrer por c\u00e2ncer de mama. Depois disso foram realizados estudos mais aprofundados (e caros), que chegaram a conclus\u00f5es bem diferentes.<\/p>\n
Em 2003 o British Journal of Cancer<\/cite> publicou um artigo<\/a> de meta-an\u00e1lise, que interpretou em conjunto todos os estudos relevantes realizados em todo o mundo. Essa meta-an\u00e1lise mostrou que ensinar o auto-exame das mamas n\u00e3o diminui em nada a detec\u00e7\u00e3o ou a mortalidade por c\u00e2ncer de mama. Pior ainda, aumenta em 53% o risco da mulher ser submetida a uma bi\u00f3psia desnecess\u00e1ria, e duplica a procura por atendimento m\u00e9dico especializado.<\/p>\n
Os primeiros estudos, mas animadores, foram feitos quando nem mesmo os pa\u00edses mais desenvolvidos faziam mamografia de rotina. E a mamografia, ainda que tenha l\u00e1 suas controv\u00e9rsias, \u00e9 comprovadamente capaz de diminuir a mortalidade espec\u00edfica por c\u00e2ncer de mama. (Leia tamb\u00e9m: Mamografia aos 40 anos \u00e9 controversa<\/a><\/q>, Mamografia pode ser feita a cada 2 anos<\/a><\/q>, e Quando parar de fazer mamografia<\/a><\/q>.) At\u00e9 hoje nenhum estudo mostrou que o auto-exame das mamas agregue qualquer valor \u00e0 mamografia de rotina. N\u00e3o que a mulher esteja proibida de tocar as pr\u00f3prias mamas. Claro que n\u00e3o. E, se a mulher descobrir algum n\u00f3dulo por acaso, deve consultar um m\u00e9dico. Mas a rotina de examinas as pr\u00f3prias mamas todo m\u00eas s\u00f3 traz consequ\u00eancias negativas para a mulher.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"