{"id":2692,"date":"2011-09-27T03:00:05","date_gmt":"2011-09-27T06:00:05","guid":{"rendered":"http:\/\/leonardof.med.br\/?p=2692"},"modified":"2011-10-26T02:37:47","modified_gmt":"2011-10-26T04:37:47","slug":"onde-esta-a-epidemia-de-doencas-cronicas-nao-transmissiveis","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/leonardof.med.br\/2011\/09\/27\/onde-esta-a-epidemia-de-doencas-cronicas-nao-transmissiveis\/","title":{"rendered":"Onde est\u00e1 a epidemia de doen\u00e7as cr\u00f4nicas n\u00e3o transmiss\u00edveis?"},"content":{"rendered":"
Todo o mundo sabe que a presidenta Dilma Rousseff foi a primeira mulher a abrir uma sess\u00e3o da Assembleia Geral da ONU<\/abbr>. Mas para n\u00f3s, da sa\u00fade, essa 66\u00aa sess\u00e3o teve outro diferencial, ainda mais importante: o comprometimento da ONU com o enfrentamento das doen\u00e7as n\u00e3o transmiss\u00edveis, como diabetes mellitus, derrame, infarto, asma, enfisema e c\u00e2ncer.<\/p>\n A Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) j\u00e1 vinha promovendo o enfrentamento das doen\u00e7as n\u00e3o transmiss\u00edveis, e \u00e9 da\u00ed que v\u00eam iniciativas como a redu\u00e7\u00e3o do sal e do a\u00e7\u00facar dos alimentos industrializados<\/a>, a proibi\u00e7\u00e3o da condu\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos por pessoas embriagadas, e os altos impostos sobre os cigarros.<\/p>\n Mas o combate \u00e0s doen\u00e7as n\u00e3o transmiss\u00edveis tamb\u00e9m exige o compromisso de todos os setores. Para termos uma alimenta\u00e7\u00e3o saud\u00e1vel, por exemplo, \u00e9 preciso ter acesso a alimentos saud\u00e1veis de forma conveniente e a um baixo custo, ao longo de todo o ano. Colocando em outros termos, para termos uma popula\u00e7\u00e3o brasileira saud\u00e1vel, n\u00e3o basta o compromisso do ministro da sa\u00fade; \u00e9 preciso que a presid\u00eancia vista a camisa.<\/p>\n De uma forma geral, a declara\u00e7\u00e3o pol\u00edtica (em ingl\u00eas)<\/a> foi muito equilibrada, mas eu n\u00e3o poderia deixar de destacar uma express\u00e3o que, infelizmente, muitas pessoas levam a s\u00e9rio demais: epidemia<\/strong>.<\/p>\n <\/p>\n De fato, as doen\u00e7as n\u00e3o transmiss\u00edveis est\u00e3o se tornando cada vez mais comuns, e hoje j\u00e1 s\u00e3o a causa de 72% das mortes n\u00e3o-violentas no Brasil<\/a>. Mas, se a situa\u00e7\u00e3o est\u00e1 t\u00e3o grave assim, como \u00e9 que a expectativa de vida do brasileiro aumenta ano ap\u00f3s ano?<\/p>\n O que importa n\u00e3o \u00e9 saber se<\/em> a pessoa morre por uma doen\u00e7a n\u00e3o transmiss\u00edvel. Todo o mundo morre um dia; se n\u00e3o for por um motivo, ser\u00e1 por outro. O que importa \u00e9 quanto tempo de vida a pessoa teve, e como foi sua vida.<\/p>\n Essa \u00e9 a abordagem que adotei para listar as principais doen\u00e7as das mulheres<\/a> e dos homens<\/a> no Brasil. De uma forma geral, as doen\u00e7as n\u00e3o transmiss\u00edveis s\u00e3o respons\u00e1veis por 63,8% da carga de doen\u00e7a no Brasil, com destaque para a depress\u00e3o, o alcoolismo (e o uso nocivo do \u00e1lcool), o infarto (e a angina), o derrame (AVC<\/abbr>), diabetes mellitus, asma e enfisema e bronquite cr\u00f4nica.<\/p>\n Ao contr\u00e1rio da var\u00edola, \u00e9 imposs\u00edvel erradicar essas doen\u00e7as. O que n\u00f3s podemos fazer \u00e9 contribuir para que as pessoas desenvolvam essas doen\u00e7as cada vez mais tarde, e, principalmente, para que as pessoas possam continuar tendo uma vida normal apesar das doen\u00e7as.<\/p>\n