Quando a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial da Sa\u00fade (OMS) foi criada, em 1949, sua constitui\u00e7\u00e3o recebeu uma avan\u00e7ada defini\u00e7\u00e3o de sa\u00fade. T\u00e3o avan\u00e7ada que, at\u00e9 hoje, \u00e9 criticada por ser inating\u00edvel e imensur\u00e1vel. Mesmo assim, algumas caracter\u00edsticas dessa defini\u00e7\u00e3o foram cruciais. Hoje em dia seria impens\u00e1vel falarmos em sa\u00fade apenas em termos biol\u00f3gicos, como se a mente e de alguma forma at\u00e9 a sociedade n\u00e3o estivessem envolvidas nisso.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, estamos cada vez melhores em encontrar doen\u00e7as cada vez mais cedo. Se a sa\u00fade fosse apenas a aus\u00eancia de doen\u00e7a, isso faria com que as pessoas estivessem cada vez mais doentes!<\/p>\n
Essa quest\u00e3o foi revisitada no come\u00e7o deste m\u00eas pelo m\u00e9dico escoc\u00eas Richard Smith<\/a>, que entre outros predicados foi editor por 25 anos de um dos mais prestigiados peri\u00f3dicos m\u00e9dicos do mundo, e tem idade e status suficientes para falar o que bem quiser.<\/p>\n Ent\u00e3o eu tive a ideia de que n\u00f3s poder\u00edamos definir sa\u00fade da mesma maneira em que temos definido doen\u00e7a: atrav\u00e9s de uma s\u00e9rie de casos. A resposta \u00e0 quest\u00e3o pode estar em pequenos detalhes. Talvez possamos criar livros-texto de sa\u00fade para fazer frente aos nossos livros-texto de doen\u00e7a: temos milhares de p\u00e1ginas por escrever.<\/p>\n Eu devo come\u00e7ar comigo mesmo. Eu sou saud\u00e1vel. Eu declaro que sou.<\/p><\/blockquote>\n <\/p>\n Algumas sutilezas do artigo s\u00f3 ser\u00e3o entendidas por profissionais de sa\u00fade, mas a leitura dever\u00e1 ser instrutiva e divertida para todo o mundo que fale ingl\u00eas.<\/p>\n Hoje em dia, se voc\u00ea perguntar a um m\u00e9dico, ou outro profissional de sa\u00fade, o que \u00e9 sa\u00fade, \u00e9 bem capaz de ele citar de cor a defini\u00e7\u00e3o da OMS. Isso n\u00e3o quer dizer que, na pr\u00e1tica, ele pense em sa\u00fade nesses termos.<\/p>\n Eu gosto de observar o comportamento das pessoas para entender seu conceito de sa\u00fade. Um colega meu, trabalhando em um hospital, perguntou a v\u00e1rios pacientes o que era sa\u00fade, e eles disseram que era o que eles tinham ido buscar l\u00e1. J\u00e1 meus pacientes costumam ser mais saud\u00e1veis, e parece que, para muitos, ter sa\u00fade \u00e9 n\u00e3o precisar de m\u00e9dico.<\/p>\n Entre os profissionais de sa\u00fade e gestores, \u00e9 comum ouvir que a medicina curativa \u00e9 coisa do passado, e que a popula\u00e7\u00e3o precisa mesmo \u00e9 de promo\u00e7\u00e3o de sa\u00fade. Para si mesmas, quase sempre essas pessoas t\u00eam planos de sa\u00fade, fortemente baseados em medicina curativa.<\/p>\n A\u00ed eu pergunto a voc\u00ea, querido leitor, o que \u00e9 que voc\u00ea chama de sa\u00fade. N\u00e3o precisa ser uma defini\u00e7\u00e3o formal ou precisa. Pode ser um exemplo, uma situa\u00e7\u00e3o, uma analogia. S\u00f3 pe\u00e7o a voc\u00ea que diga qual \u00e9 a sua profiss\u00e3o. Deixe sua resposta na se\u00e7\u00e3o de coment\u00e1rios<\/a>.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Conhecer a defini\u00e7\u00e3o da Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade n\u00e3o significa acreditar nela.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[3],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3769"}],"collection":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=3769"}],"version-history":[{"count":8,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3769\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":3778,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/3769\/revisions\/3778"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=3769"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=3769"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=3769"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}