{"id":39,"date":"2010-02-12T00:00:36","date_gmt":"2010-02-12T03:00:36","guid":{"rendered":"http:\/\/leonardof.med.br\/?p=39"},"modified":"2010-05-12T19:48:23","modified_gmt":"2010-05-12T22:48:23","slug":"encontrando-consciencia-no-estado-vegetativo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/leonardof.med.br\/2010\/02\/12\/encontrando-consciencia-no-estado-vegetativo\/","title":{"rendered":"Encontrando consci\u00eancia no estado vegetativo"},"content":{"rendered":"<p>O <em>estado vegetativo<\/em> (<cite lang=\"la\">coma vigil<\/cite>) \u00e9 um transtorno em que as fun\u00e7\u00f5es mais b\u00e1sicas do sistema nervoso est\u00e3o preservadas, mas a pessoa n\u00e3o demonstra perceber coisa alguma em si ou ao seu redor. Uma pessoa em estado vegetativo dorme e acorda, tosse, boceja e move os olhos; mas n\u00e3o \u00e9 capaz de olhar nos olhos de algu\u00e9m, alimentar-se ou estabelecer uma conversa. De certa forma, \u00e9 um meio caminho entre a normalidade e o coma. A defini\u00e7\u00e3o tradicional de estado vegetativo \u00e9 estar acordado sem estar consciente, mas gra\u00e7as a um grupo de pesquisadores europeus isso pode acabar sendo revisto.<\/p>\n<p><!--more--><\/p>\n<p>O respeitado peri\u00f3dico <cite>New England Journal of Medicine<\/cite> publicou em seu \u00faltimo fasc\u00edculo uma <a href=\"http:\/\/content.nejm.org\/cgi\/content\/full\/NEJMoa0905370\">pesquisa<\/a> conduzida por Martin M. Monti e colaboradores, em que 5 pacientes com estado vegetativo ou minimamente consciente foram capazes de responder a perguntas feitas pelos pesquisadores. Os pacientes foram instru\u00eddos a pensar em movimentos em caso de resposta afirmativa, e em imagens tridimensionais em caso negativo; e a\u00ed foram submetidos a uma resson\u00e2ncia magn\u00e9tica funcional para detectar qual parte do c\u00e9rebro era ativada ap\u00f3s cada pergunta.<\/p>\n<p>A pesquisa envolveu 54 pacientes, bem como 16 volunt\u00e1rios com a consci\u00eancia preservada. Enquanto todos volunt\u00e1rios saud\u00e1veis manifestaram resposta em todas as quest\u00f5es, apenas 5 pacientes tiveram uma resposta detectada pelo aparelho. Desses 5 pacientes, 3 estavam em estado minimalmente consciente e 2 em estado vegetativo. Dos 3 em estado minimamente consciente, dois tinham inicialmente o diagn\u00f3stico de estado vegetativo mas ap\u00f3s o estudo foram reexaminados e manifestaram algum sinal de consci\u00eancia. Todos os 5 pacientes estavam naquele estado por causa de um traumatismo craniano, ou seja, os pacientes com transtorno da consci\u00eancia por outras causas n\u00e3o mostraram sinal algum de consci\u00eancia \u00e0 resson\u00e2ncia magn\u00e9tica funcional.<\/p>\n<p>A pesquisa mostrou que a avalia\u00e7\u00e3o cl\u00ednica do n\u00edvel de consci\u00eancia nem sempre coincide com a atividade cerebral, corroborando as conclus\u00f5es de um <a href=\"http:\/\/www.sciencemag.org\/cgi\/content\/full\/313\/5792\/1402?ijkey=4f73ed4b31a52d8e9e3458a31be417dd04498eff\">estudo preliminar<\/a> feito em 2006 por um grupo composto por praticamente os mesmos cientistas. Ainda s\u00e3o necess\u00e1rias pesquisas adicionais para que isso tenha uma aplica\u00e7\u00e3o pr\u00e1tica, mas \u00e9 poss\u00edvel que no futuro a resson\u00e2ncia magn\u00e9tica funcional seja usada para avaliar melhor o n\u00edvel de consci\u00eancia ou obter informa\u00e7\u00f5es dos pacientes, como por exemplo se est\u00e3o com dor.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Cinco pessoas em estado vegetativo ou minimalmente conscientes foram capazes de responder a perguntas, com o aux\u00edlio de resson\u00e2ncia magn\u00e9tica funcional.<\/p>\n","protected":false},"author":2,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[31],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39"}],"collection":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/2"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=39"}],"version-history":[{"count":10,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":465,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/39\/revisions\/465"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=39"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=39"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/leonardof.med.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=39"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}