CC BY-SA 2.0<\/a>)<\/p><\/div>\nEssa nota do IARC repercutiu nos meios de comunica\u00e7\u00e3o, e uma das coisas que mais se repete \u00e9 que a carne processada agora est\u00e1 no mesmo grupo que o cigarro. N\u00e3o, a carne processada n\u00e3o causa c\u00e2ncer com a mesma pot\u00eancia do cigarro! A novidade \u00e9 que agora o IARC tem certeza de que tanto a carne processada quanto o cigarro s\u00e3o algumas das causas de c\u00e2ncer.<\/p>\n
<\/p>\n
A nota \u00e0 imprensa reflete as conclus\u00f5es de um grupo de trabalho convocado pela IARC. Esse grupo contou com 22 pesquisadores de diferentes pa\u00edses, e revisou mais de 800 pesquisas sobre o papel da carne processada e\/ou da carne vermelha sobre a ocorr\u00eancia de c\u00e2ncer. O grupo de trabalho do IARC concluiu que a carne processada \u00e9 carcinog\u00eanica para humanos<\/q>, e que a carne vermelha \u00e9 provavelmente carcinog\u00eanica para humanos<\/q>. (Carcinog\u00eanica<\/em> \u00e9 um termo t\u00e9cnico para “causadora de c\u00e2ncer”.)<\/p>\nCarne processada<\/em> significa qualquer carne que tenha sido salgada, curada, fermentada, defumada ou de outra forma alterada para melhorar seu sabor ou prolongar sua conserva\u00e7\u00e3o. Carne seca, carne de sol, presunto, mortadela, chouri\u00e7o, salame, bacon e presunto s\u00e3o alguns exemplos de carnes processadas. O processamento da carne forma subst\u00e2ncias carcinog\u00eanicas, como os hidrocarbonetos arom\u00e1ticos polic\u00edclicos (o cigarro \u00e9 outra fonte) e compostos N-nitrosos (como a nitrosamina).<\/p>\nO cozimento da carne em altas temperaturas<\/em> tamb\u00e9m resulta na forma\u00e7\u00e3o de hidrocarbonetos arom\u00e1ticos polic\u00edclicos, al\u00e9m de aminas arom\u00e1ticas heteroc\u00edclicas. Fritura (mesmo que n\u00e3o de imers\u00e3o), grelhamento e churrasco s\u00e3o alguns exemplos de cozimento em altas temperaturas. Infelizmente, a carne “selada” \u00e9 gostosa justamente por causa das altera\u00e7\u00f5es qu\u00edmicas causadas pela alta temperatura.<\/p>\nA partir das pesquisas revisadas, o grupo de trabalho da IARC analisou a rela\u00e7\u00e3o de mais de 15 tipos de c\u00e2ncer com carne vermelha ou processada. O maior n\u00famero de pesquisas foi para o c\u00e2ncer colorretal, ou seja, de intestino grosso (c\u00f3lon<\/em>) e reto. Para cada 50 gramas a mais de carne processada que a pessoa consuma por dia, aumenta em 18% o seu risco de c\u00e2ncer colorretal. Mas, na pr\u00e1tica, o que isso significa?<\/p>\nO Instituto Nacional de C\u00e2ncer (INCA) estima que em 2014 tenham surgido 15,4 casos novos de c\u00e2ncer colorretal para cada 100 mil homens, e 17,2 casos para cada 100 mil mulheres. Apesar de esse risco variar de acordo com a presen\u00e7a ou aus\u00eancia de outros fatores, vamos imaginar uma pessoa que tenha um risco igual \u00e0 m\u00e9dia nacional. Se essa pessoa reduzir seu consumo em 50 gramas por dia, ela vai diminuir seu risco para 13,0 em 100 mil (se for homem) ou 14,6 em 100 mil (se for mulher).<\/p>\n
Colocando de outra forma, seria necess\u00e1rio que 41,7 mil homens (com risco igual \u00e0 m\u00e9dia) ou 38,5 mil mulheres (idem) comessem 50 gramas de carne processada por dia a menos para prevenir um caso de c\u00e2ncer colorretal por ano. Ou seja, seria necess\u00e1rio cortar 2 toneladas de carne processada para evitar um c\u00e2ncer colorretal.<\/p>\n
Pessoalmente, eu j\u00e1 vinha evitando a carne processada, e meu consumo deve estar mais pr\u00f3ximo de 10 gramas por dia do que 50 ou 100. Apesar de o ideal ser eliminar completamente a carne processada da alimenta\u00e7\u00e3o, acredito que eu v\u00e1 manter meu consumo igual ou pouco reduzido, tanto por dificuldades pr\u00e1ticas quanto por eu j\u00e1 ter melhorado outros fatores de risco.<\/p>\n
E voc\u00ea, acha que vale a pena cortar a carne processada para evitar o c\u00e2ncer colorretal?<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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