{"id":4407,"date":"2017-09-06T18:23:18","date_gmt":"2017-09-06T21:23:18","guid":{"rendered":"http:\/\/leonardof.med.br\/?p=4407"},"modified":"2017-09-29T10:28:18","modified_gmt":"2017-09-29T13:28:18","slug":"mais-gordura-menos-carboidrato-mais-saude","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/leonardof.med.br\/2017\/09\/06\/mais-gordura-menos-carboidrato-mais-saude\/","title":{"rendered":"Mais gordura, menos carboidrato, mais sa\u00fade"},"content":{"rendered":"
H\u00e1 muito tempo se sabe que uma dieta rica em gorduras saturadas est\u00e1 associada aos n\u00edveis de colesterol LDL (“ruim”), que est\u00e1 associado a placas de colesterol, que est\u00e3o associadas a doen\u00e7as cardiovasculares, como o infarto agudo do mioc\u00e1rdio (enfarte card\u00edaco) e o acidente vascular cerebral (AVC<\/abbr>, derrame). Por isso, h\u00e1 cerca de quarenta anos se recomenda uma dieta pobre em gordura (especialmente saturada) e rica em carboidratos (como arroz e p\u00e3o).<\/p>\n Desde ent\u00e3o, nosso entendimento do assunto avan\u00e7ou consideravelmente. Por exemplo, j\u00e1 sabemos que consumir ovo n\u00e3o aumenta o risco de doen\u00e7a cardiovascular<\/a>, apesar de a gema do ovo ser rica em colesterol. N\u00e3o apenas o ovo \u00e9 rico em subst\u00e2ncias ben\u00e9ficas, mas (o mais importante) v\u00e1rias pesquisas verificaram que o risco cardiovascular n\u00e3o aumenta com o consumo de ovo.<\/p>\n Agora \u00e9 a vez reexaminarmos o papel das gorduras e dos carboidratos no risco cardiovascular. Lembram-se do estudo PURE<\/abbr>, com seus surpreendentes resultados sobre a rela\u00e7\u00e3o entre a ingest\u00e3o de s\u00f3dio e a mortalidade<\/a>? Em um artigo publicado em agosto pela revista cient\u00edfica The Lancet<\/em>), os pesquisadores do PURE<\/abbr> avaliaram a rela\u00e7\u00e3o entre a ingest\u00e3o de gorduras e carboidratos e o risco de doen\u00e7a cardiovascular (inclusive morte cardiovascular) e de morte por quaisquer causas<\/a>. Durante uma m\u00e9dia de 7,4 anos, o estudo acompanhou mais de 135 mil pessoas, tanto na \u00e1rea urbana quanto na rural, em 18 pa\u00edses distribu\u00eddos entre todos os continentes e estratos de desenvolvimento econ\u00f4mico, inclusive o Brasil.<\/p>\n <\/p>\n Descontando-se o efeito de outras tantas vari\u00e1veis, a expectativa de vida foi maior<\/em> na medida em que as pessoas ingeriam mais gorduras, e menor<\/em> na medida em que elas ingeriam mais carboidratos. Isso vale para cada um dos tr\u00eas tipos de gordura (saturada, monoinsaturada e poli-insaturada). Por outro lado, o risco de eventos cardiovasculares principais (infarto, derrame, morte cardiovascular) n\u00e3o aumentou nem diminuiu com a ingest\u00e3o de gorduras ou carboidratos. S\u00f3 o risco de AVC diminuiu<\/em> com a ingest\u00e3o de gorduras saturadas, e mesmo assim por um triz.<\/p>\n