Arquivo mensais:junho 2011

Planos de saúde terão prazo para consulta médica

Daqui a 3 meses os planos de saúde serão obrigados a providenciar consulta médica e de outras profissões, exames complementares e outros procedimentos dentro de certos prazos, conforme a nova norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No caso das especialidades médicas básicas e odontologia, o prazo será de 7 dias; nas demais, 14 dias. O atendimento por outros profissionais terá um prazo de 10 dias, e por aí em diante.

Por outro lado, os profissionais e serviços não serão obrigados a prazo algum. Dessa forma, os planos de saúde serão obrigados, por exemplo, a disponibilizar consulta com psicólogo em até 10 dias, mas não necessariamente com o psicólogo da preferência do cliente.

A ANS admitiu em nota à imprensa não ter como interferir na agenda de cada profissional ou serviço de saúde, e por isso não ser capaz de garantir prazo para atendimento pelo profissional ou serviço de escolha da pessoa. Na verdade, nem os planos de saúde têm como interferir na oferta de vagas, devido à forma como se relacionam com os profissionais.

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Finasterida aumenta risco de câncer de próstata

O FDA, agência americana mais ou menos equivalente à Anvisa, alertou os médicos para um aumento no risco de diagnóstico de câncer de próstata agressivo (de alto grau) em homens que usem finasterida, dutasterida e outros medicamentos do grupo dos inibidores da 5α-redutase. Esses medicamentos são usados para combater dois problemas muito comuns entre homens: a calvície (alopecia androgênica) e o crescimento anormal da próstata sem câncer (hiperplasia prostática benigna).

Tudo começou com o Prostate Cancer Prevention Trial, uma pesquisa realizada nos Estados Unidos para avaliar a hipótese de que a finasterida preveniria o câncer de próstata. De fato, os homens que usaram finasterida tiveram menos casos de câncer de próstata: 18,4%, contra 24,4% entre os que usaram placebo.

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Falar com o carona é tão perigoso quanto ao celular

Como eu já disse na semana passada, o uso do celular aumenta em 4 vezes o risco do motorista se envolver num acidente. Para piorar a situação, não adianta usar o viva-voz: o risco é o mesmo. Resolvi então conferir se conversar com o carona não aumentaria o risco de acidentes também, e encontrei esse artigo publicado pela revista científica Transportation Research Part F: Traffic Psychology and Behaviour.

Motorista conversando com o carona e gesticulando.

Pesquisadores da Universidade Ege, na Turquia, avaliaram o desempenho de motoristas e chegaram à conclusão de que conversar com o carona é tão prejudicial quanto conversar através do celular (viva-voz). A reação dos motoristas fica mais lenta, e eles têm menos sucesso em tarefas que envolvam atenção ou percepção periférica. Quando a conversa é complexa, a percepção periférica fica ainda mais prejudicada.

Vale a pena reparar que a conversa com o carona foi mantida num ritmo constante, independentemente do que estivesse acontecendo no trânsito. Os pesquisadores justificaram que isso foi de propósito, para ter certeza de que qualquer diferença encontrada fosse causada pela presença ou não da pessoa com quem o motorista estivesse falando. Mas, ao mesmo tempo, isso limita a aplicação da pesquisa na vida real. Conversar com o carona atrapalha o motorista, mas nessa situação é mais fácil interromper um pouco a conversa (quando o trânsito exige mais atenção) do que numa conversa por celular.

Câmara dos Deputados discute o piso salarial dos agentes comunitários de saúde

Volta e meia recebo questionamentos sobre novidades quanto ao piso salarial dos agentes comunitários de saúde. E minha resposta é sempre a mesma: quando houver alguma notícia, publico aqui no Doutor Leonardo.

Fotografia da sessão, com a mesa em primeiro plano e a plenária ao fundo, com a sala lotada de agentes de saúde.

Quinta-feira, dia 10, a Comissão de Seguridade Social e Família (da Câmara dos Deputados) realizou uma reunião sobre a regulamentação da Emenda Constitucional nº 63, que atribui à União a função de definir um piso salarial nacional e o plano de carreira dos agentes comunitários de saúde e agentes de controle de endemias.

Destaco abaixo alguns trechos da cobertura pela Agência Câmara de Notícias:
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Celular também atrapalha pedestres

Imagine que você está tentando atravessar o cruzamento de uma rua movimentada, e de repente vê um palhaço de circo pedalando um monociclo. Uma cena e tanto, concorda? Uma pesquisa científica publicada na revista Applied Cognitive Psychology chegou à conclusão de que as pessoas que estão falando ao celular prestam pouca atenção ao seu redor — tão pouca que têm uma probabilidade menor de ver o palhaço no cruzamento com o monociclo.

Homem falando ao celular.

Uma experiência realizada pela Universidade de Illinois (EUA) descobriu ainda que o uso do celular faz com que a pessoa demore mais para perceber que pode atravessar a rua, e demore mais para percorrer a distância entre as calçadas. Além disso, pesquisas realizadas pela Universidade de New South Wales (Austrália) e pela Universidade do Estado do Ohio (EUA) observaram que os pedestres que estão usando o celular atravessam a rua de forma menos segura, por exemplo sem esperar os carros passarem ou mesmo sem olhar para os carros antes de atravessar a rua.

Ainda não sabemos ao certo se o uso do celular aumenta o risco de tumor cerebral, mas já sabemos que os tumores cerebrais são muito menos frequentes que os acidentes de trânsito. Todo o mundo sabe que o uso do telefone celular pelo motorista aumenta em 4 vezes o risco de uma colisão, mas tudo indica que os pedestres também precisem tomar cuidado, principalmente na hora de atravessar a rua.

Na próxima semana escreverei de novo sobre acidentes de trânsito, mais especificamente um fator que prejudica a atenção do motorista tanto quanto o uso do celular. Acompanhe!

Atualização: saiu o artigo: Falar com o carona é tão perigoso quanto ao celular.