A medicina de família no Espírito Santo em 2015

No Brasil, o dia  do médico de família e comunidade é comemorado no dia 5 de dezembro, em referência ao dia de fundação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) em 1981.  A Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC) já publicou uma matéria comemorativa, cuja leitura recomendo.

#diadomfc 05/12 - Dia do Médico de Família e Comunidade Parabéns a todos os Médicos de Família e Comunidade, por cuidarem da população da forma mais justa e com todo o respeito que merece.

© SBMFC (divulgação)

Da minha parte, aproveito para comentar algumas notícias, sobre a especialidade, que eu não tive tempo de comentar ao longo deste ano. A medicina de família e comunidade vem crescendo no Espírito Santo, tanto em visibilidade na mídia quanto em mercado de trabalho e vagas para especialização (residência médica).

Além do destaque em nível nacional em novembro com o debate sobre o rastreamento do câncer de próstata, a importância da medicina de família e comunidade na prevenção de doenças foi destacada no Espírito Santo pelo jornal A Tribuna, no dia 22 de março. A matéria começou listando alguns exames que apresentam riscos para os pacientes, e que por isso devem ser solicitados com muito critério; o médico de família Daniel Knupp foi uma das fontes. Duas páginas depois, a matéria focou a importância do médico de família e comunidade para a prevenção das doenças, pelo conhecimento que acumula sobre o paciente por vê-lo como um todo. Além de Daniel Knupp, uma das pessoas entrevistadas  pelo jornal foi o presidente de provimento de saúde da Unimed Vitória, Guilherme Crespo.

A participação de um representante da Unimed Vitória na matéria teve um bom motivo. Há três anos a Unimed Vitória vem trabalhando, com a Unimed BH, para estruturar um serviço de atenção primária à saúde. Enquanto os planos de saúde tradicionais (sem atenção primária à saúde) estimulam as pessoas a consumir serviços de que não necessitam, a atenção primária à saúde foca naturalmente nas necessidades de saúde das pessoas. A CASSI já tinha uma rede própria de serviços de atenção primária à saúde (CliniCASSI), e agora foi a vez da Unimed Vitória, cujos serviços de atenção primária são a base dos planos Unimed Personal. Depois de se tornar o carro-chefe dos planos de saúde empresariais da Unimed Vitória, a Unimed Personal se tornou este ano o carro-chefe dos  planos de saúde individuais da Unimed Vitória. A Unimed Personal conta com cinco clínicas espalhadas pela Região Metropolitana da Grande Vitória, e grande parte dos médicos que trabalham nessas clínicas são especialistas em medicina de família e comunidade, formados em Belo Horizonte.

A Unimed Vitória chegou inclusive a criar um programa de residência médica, para aumentar a disponibilidade de especialistas em medicina de família e comunidade. Hoje em dia o Espírito Santo conta com quatro programas ao todo:

  • O programa de residência médica em medicina de família e comunidade da Unesc é o que está em funcionamento contínuo há mais tempo. Em 2015 esse programa abriu quatro vagas para ingresso, e em 2016 deverá abrir dez. Os médicos residentes desenvolvem suas atividades principalmente nas unidades básicas de saúde de Colatina, sob a coordenação da professora Tatiana Figueiredo.
  • Pelo que me consta, o programa de residência médica da Unimed Vitória abre duas vagas por ano, mas não tenho maiores informações por hora.
  • Outro programa aberto a seguir foi o da EMESCAM. Em 2015 foram abertas quatro vagas, e os médicos residentes desenvolvem suas atividades em unidades básicas de saúde de Vitória. Em 2016 o campo de estágio deverá ser expandido para Cachoeiro de Itapemirim, e o programa abrirá um total de 24 vagas. A coordenadora desse programa é a professora Geruza Tavares, que é médica de família e comunidade desde a época em que a especialidade se chamava “medicina geral comunitária”.
  • A UVV também abriu um programa de residência na mesma época, e seus residentes desenvolvem principalmente suas atividades em unidades básicas de saúde de Vila Velha, sob a coordenação do professor Diego Brandão (mais informações). Em 2015 o programa abriu duas vagas de residência, e em 2016 deverá repetir o número.

A UFES pretende abrir seu próprio programa de residência médica, sob a coordenação do professor doutor Thiago Sarti, mas até agora a abertura não foi autorizada. Todos os quatro professores são médicos de família e comunidade que conheço e recomendo, embora eu não conheça todos os preceptores desses programas. Apesar de as residências médicas começarem em março, a seleção é feita com meses de antecedência, e algumas já estão abertas. Em outras palavras, quem tiver interesse em fazer residência em medicina de família e comunidade deve começar a se movimentar agora.

Como se vê, o cenário capixaba mudou bastante desde de 2005, quando fui fazer minha residência médica na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) por não haver residência em medicina de família e comunidade no Espírito Santo!

Enfim, acho que não posso reclamar de 2015! Além disso, o ano que vem também promete: além de o Brasil receber a 16ª Conferência Mundial dos Médicos de Família da WONCA, o Espírito Santo deverá ter sua jornada transformada em Congresso Capixaba de Medicina de Família e Comunidade.

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