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Doutor é quem tem doutorado?

Na minha opinião, a pessoa se recusar a chamar um médico de doutor é tão tolo quanto o médico exigir ser assim chamado. Sempre fiz questão de que outros profissionais da equipe me chamassem pelo primeiro nome, e nunca coloquei “Dr.” no carimbo. Já tive pacientes me chamando de “você”, “senhor”, “doutor” ou “professor”, sempre mantendo uma ótima relação, sem a agressividade que parece vir casada com a tirada “doutor é quem tem doutorado”. Só me chamo de “doutor” em raras situações, quando preciso comunicar rapidamente que sou médico, como no título deste blog ou em ligação telefônica a respeito de paciente. E isso funciona, porque em nossa sociedade chamar alguém de “doutor” é mais ou menos a mesma coisa que dizer que essa pessoa é médica, especialmente em um serviço de saúde.

Diálogo entre duas personagens do seriado Friends.

Ross: “Eu sou doutor Ross Geller.”
Rachel: “Ross, por favor, isto é um hospital, OK? ‘Doutor’ realmente significa algo aqui.”

Quem discordar pode me chamar de “doutor” mesmo assim. Há poucos dias o colegiado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel homologou minha defesa da tese! Um dos artigos já foi publicado pelos Cadernos de Saúde Pública e outro já foi aceito para publicação pela Revista de Saúde Pública, além do terceiro, que estou melhorando antes de submeter a uma revista.

Por que medicina de família?

Estive conversando com uma pessoa de fora da área da saúde, e ela quis saber o que me motivou a ser médico de família e comunidade. Achei que a resposta poderia interessar aos leitores:

A medicina de família e comunidade é uma especialidade que alia o desafio técnico de uma prática abrangente com a oportunidade de um relacionamento com as pessoas para um pouco além de suas doenças. Dessa forma, a medicina de família e comunidade é um grande estímulo tanto para a cabeça quanto para o coração.

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Recadastre-se para continuar recebendo estes e-mails

O Doutor Leonardo está de casa nova! Nestes últimos dias, o blog foi transferido para a seção brasileira de um provedor de hospedagem internacional. Infelizmente, essa transferência exigiu uma mudança na forma como o Doutor Leonardo envia seus artigos novos por e-mail para seus leitores. Em resumo, os leitores que estão recebendo esta mensagem precisam fornecer seu endereço de e-mail novamente visitando esta página.

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Diário de um Posto de Saúde, no YouTube

Sabe quando eu comentei minha participação na 21ª Conferência Mundial de Médicos de Família, no Rio de Janeiro? Além da ausência de patrocínio da indústria farmacêutica, essa edição da Conferência incorporou mais uma característica da edição brasileira: a programação cultural, incluindo mostra de contos, fotografias e vídeos.

Foi na Conferência que conheci o Diário de um Posto de Saúde, um canal do YouTube com vídeos da médica de família Luísa Portugal sobre temas cotidianos da medicina de família e comunidade, com ênfase na atenção primária do SUS. Os vídeos expõem os temas com um tom bem-humorado e de forma didática, graças não só à atuação da apresentadora mas também à edição profissional.

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O ano de 2015 em números

De acordo com o serviço de estatísticas WordPress.com, em 2015 o Doutor Leonardo recebeu 1,5 milhão de visitas, o que dá uma média de mais de 4 mil visitas por dia. Foram mais de 1 milhão de visitantes diferentes, quase todos eles brasileiros, o que em princípio significa que quase um em cada 200 brasileiros leram um ou mais artigos deste blog no ano passado.

Os artigos mais lidos foram aqueles que mais interessaram aos visitantes enviados pelo GoogleComo fazer lavagem de ouvido em casaComo saber se você está grávida e Eficácia e segurança da pílula do dia seguinte. São artigos que ajudam as pessoas a cuidar melhor da própria saúde.

Nem todos os leitores do Doutor Leonardo entraram nessas estatísticas. Geralmente, os mais de 2 mil assinantes deste blog não precisam visitá-lo, já que recebem em seu correio eletrônico o conteúdo integral de todos os artigos na medida em que estes são publicados.

Fico lisonjeado em perceber que a visitação vai de vento em popa, mesmo eu tendo tido pouco tempo para escrever em 2015. Entendo a crescente popularidade deste blog como sendo fruto da consistência do trabalho desenvolvido, e espero que em 2016 essa tendência se mantenha.

Feliz Ano Novo para todos nós!

O que você acha mais importante num médico?

Achei interessante essa pergunta, proposta numa enquete da UOL.

A questão não é nova, e já foi respondida através de várias pesquisas científicas, utilizando métodos mais adequados e abordando pessoas que representem melhor a população geral. Mas não me lembro disso ter sido objeto de pesquisa no Brasil — certamente não entre os leitores deste humilde blog.

Portanto, peço a cada um de vocês que comente abaixo, de preferência sem ler as alternativas da enquete. O que é que você mais valoriza num médico?

ACMFC tem novo endereço virtual

A Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC) tem um novo endereço na Internet: http://acmfccapixaba.wordpress.com/. O nome comprido é para diferenciar da outra ACMFC, a catarinense.

Com a adoção dessa nova plataforma eletrônica, utilizada por tantos blogs, espero que as pessoas fiquem sabendo um pouco mais sobre as novidades da ACMFC. Assim como no meu blog, é possível receber as novidades por e-mail. No caso da ACMFC, basta visitar a página, e então clicar no botão “Seguir”, que aparece lá em baixo na direita, ou então preencher o formulário “Seguir blog via e-mail”, na barra lateral. Daí para frente é só seguir as instruções.

Semana que vem espero que a ACMFC divulgue uma boa notícia. Fique atento!

O que é saúde para você?

Quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi criada, em 1949, sua constituição recebeu uma avançada definição de saúde. Tão avançada que, até hoje, é criticada por ser inatingível e imensurável. Mesmo assim, algumas características dessa definição foram cruciais. Hoje em dia seria impensável falarmos em saúde apenas em termos biológicos, como se a mente e de alguma forma até a sociedade não estivessem envolvidas nisso.

Além disso, estamos cada vez melhores em encontrar doenças cada vez mais cedo. Se a saúde fosse apenas a ausência de doença, isso faria com que as pessoas estivessem cada vez mais doentes!

Essa questão foi revisitada no começo deste mês pelo médico escocês Richard Smith, que entre outros predicados foi editor por 25 anos de um dos mais prestigiados periódicos médicos do mundo, e tem idade e status suficientes para falar o que bem quiser.

Então eu tive a ideia de que nós poderíamos definir saúde da mesma maneira em que temos definido doença: através de uma série de casos. A resposta à questão pode estar em pequenos detalhes. Talvez possamos criar livros-texto de saúde para fazer frente aos nossos livros-texto de doença: temos milhares de páginas por escrever.

Eu devo começar comigo mesmo. Eu sou saudável. Eu declaro que sou.

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