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Como evitar a rotatividade do médico de família

A continuidade da relação entre a pessoa e seu médico é uma das características mais importantes de uma boa atenção primária à saúde, tanto que um estudo brasileiro percebeu uma diminuição na necessidade de internação hospitalar simplesmente pelo fato do médico trabalhar há mais tempo na mesma equipe de Saúde da Família. Acontece que, na média, o médico trabalha apenas 2 anos no mesmo município, e nem sempre passa esse tempo todo com a mesma equipe. Pior ainda: uma pesquisa da UFMG constatou que “problemas que têm origem na gestão municipal são a principal causa da rotatividade dos médicos da ESF.”

Como prometido na semana passada, revisei estudos sobre a rotatividade dos médicos de família e comunidade no Brasil para trazer algumas dicas:

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Nova diretoria da ACMFC

Essa é uma nota rápida para divulgar que a Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade elegeu sua nova diretoria, para o biênio de 2012 a 2014. O autor deste blog passou a diretor acadêmico, depois de 2 anos como diretor substituto:

  • Presidente: Robson Adriano Zanoli
  • Vice presidente: Marcello Dala Bernadina Dalla
  • Secretária Geral: Flávia Thereza Rodrigues Decottignies de Barros
  • Diretor Financeiro: José de Almeira Castro Filho
  • Diretor Acadêmico: Leonardo Ferreira Fontenelle
  • Diretora Científica: Lívia Matavelli Santos
  • Diretor de Exercício Profissional: Thiago Dias Sarti
  • Diretora de Comunicação: Violeta Vargas Lodi
  • Diretores Suplentes: Waleska de Souza Reisman; Tatiana Argolo Toscano Figueiredo

Por coincidência, a eleição foi realizada no dia 19 de maio, que é justamente o dia internacional do médico de família e comunidade. (No Brasil, comemoramos no dia 5 de dezembro, aniversário de fundação da SBMFC.)

Rotatividade do médico na Saúde da Família faz mal à saúde (e ao bolso)

Uma das maiores dificuldades na estratégia Saúde da Família é lidar com a constante troca dos profissionais, principalmente dos médicos. Essa rotatividade afeta diretamente a moral dos profissionais, de suas equipes, e de seus pacientes, mas esse impacto é subjetivo, e muitas vezes passa desapercebido pelos gestores. Então resolvi divulgar aqui um estudo que mostra o impacto objetivo da rotatividade profissional na saúde da população e nos custos do sistema de saúde.

A autora principal da pesquisa foi a médica de família e comunidade Claunara Mendonça, que cursava mestrado profissional de epidemiologia enquanto dirigia o departamento de atenção básica do Ministério da Saúde. Os pesquisadores reuniram dados de diversas fontes para observar a relação entre a expansão da estratégia Saúde da Família e a redução das internações preveníveis em Belo Horizonte, de 2003 a 2006.

Além da expansão da estratégia Saúde da Família, o tempo de permanência do médico na mesma equipe também se mostrou associado a uma redução nas taxas de internação. Por exemplo, se uma equipe atende a 3500 pessoas, e conta com o mesmo médico há 2 anos, são 4 ou 5 internações a menos por ano.

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