A falta de atividade física é um dos principais fatores de risco para a saúde no Brasil, assim como no resto do mundo. A importância da atividade física é devida principalmente a sua relação com doenças cardiovasculares e câncer; sua relação com a demência é mais controvérsia. Estudos observacionais indicam que as pessoas com baixos níveis de atividade física têm maior risco de receberem o diagnóstico de demência nos anos seguintes; mas estudos de intervenção não têm comprovado o suposto efeito protetor da atividade física sobre a demência.
A revista The BMJ publicou recentemente um estudo europeu sobre a relação entre demência e atividade física, com base na coorte Whitehall II. Essa coorte é uma pesquisa que incluiu mais de 10 mil servidores públicos britânicos com 35 a 55 anos de idade na década de 80, e os tem acompanhado desde então. Ao longo de um acompanhamento que durou em média 27 anos, essas pessoas foram avaliadas várias vezes com relação ao nível de atividade física e ao funcionamento da mente, entre outras características relevantes. O diagnóstico de demência foi obtido a partir do sistema de saúde público da Inglaterra, que é usado até por quem tem plano de saúde para o tratamento de problemas de saúde clínicos e/ou crônicos.