Arquivo mensais:agosto 2010

Bom Dia, Espírito Santo!

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Tive o prazer de ser indicado pela Secretaria Municipal de Saúde de Vitória (ES) para ser entrevistado no programa Bom Dia ES sobre o tabagismo. Na verdade, o Dia Nacional de Combate ao Fumo é comemorado 29 de agosto, mas nesse ano a data caiu num domingo (hoje), e o programa só é exibido de segunda a sexta-feira. Então, para quem mora no Espírito Santo, a entrevista será amanhã, segunda-feira dia 30, às 06:30. Quem perder o horário, ou morar fora do estado, poderá assistir ao vídeo pela internet, algumas horas após a exibição normal. Atualização: aí vai o vídeo:


Uma novidade, que espero ter a oportunidade de compartilhar pela televisão, é que cientistas ingleses descobriram que parar de fumar diminui os níveis de estresse. A maioria dos fumantes diz que precisa fumar para controlar o nervosismo, mas depois da pessoa parar de fumar o nível de estresse crônico fica 20% menor. (Fonte: Professor Alexandre Pereira.)

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Por que os homens morrem mais cedo?

Hoje se completa um ano desde que o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional da Saúde do Homem. (Leia a nota publicada em 2009.) Todo o mundo o mundo viu na televisão o que os médicos já sabiam havia muito tempo: o homem morre mais cedo que a mulher. Quando a política foi lançada, a expectativa de vida ao nascer dos homens era estimada em 7,6 anos a menos que a das mulheres.

O engraçado é que os homens morrem mais cedo, mas adoecem menos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um homem brasileiro que nascesse em 2002 teria uma uma expectativa de passar 13,0% de sua vida, ou seja, 8,5 anos com algum grau de incapacidade (que é uma forma de medir a gravidade das doenças). Já uma mulher que nascesse naquele mesmo ano teria uma expectativa de passar 9,8 anos com incapacidade, ou seja 13,6% de sua expectativa total de vida.

A maioria dos consultórios médicos recebe mulheres com muito mais frequência do que homens. Além de adoecer mais, as mulheres vão ao médico com mais facilidade que os homens, seja por motivos culturais, seja por motivos trabalhistas. Quando o agente comunitário de saúde visita uma família, é quase sempre a mulher que o atende, mesmo que o homem esteja em casa.

Pensando em ajudar todos a olhar um pouco mais para a saúde do homem, trago aqui uma análise dos 10 principais fatores de risco para a saúde do homem brasileiro. Para dar uma dimensão da importância de cada fator de risco, anotei entre parênteses a proporção da carga de doença da população masculina que é causada por aquele fator de risco.

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Chocolate amargo pode prevenir insuficiência cardíaca

Pesquisadores suecos acompanharam quase 32 mil mulheres (com 48 a 83 anos de idade) durante 9 anos, recolhendo uma série de informações sobre seu estilo de vida e sobre sua saúde, e observaram que as mulheres que comiam chocolate tinham uma taxa de internação ou morte por insuficiência cardíaca 26% menor que a das mulheres que nunca consumiam o alimento. No início do estudo, nenhuma mulher tinha diabetes mellitus ou antecedente de insuficiência cardíaca ou infarto cardíaco. O efeito só apareceu para as mulheres que comiam chocolate com uma frequência entre 1 vez ao mês e 2 vezes por semana; comer chocolate 3 vezes ou mais por semana era tão ruim quanto não comer nem um pouco de chocolate. (Fonte: Medicina de Família.)

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Diane 35 não é anticoncepcional

Muita gente não sabe, mas (ao menos no Brasil) a combinação de etinilestradiol 0,035mg e acetato de ciproterona 2 mg não é registrada como anticoncepcional. Basta ler as indicações na bula do Diane 35:

Para o tratamento de distúrbios andrógeno-dependentes na mulher, tais como a acne, principalmente nas formas pronunciadas e naquelas acompanhadas de seborreia, inflamações ou formações de nódulos (acne papulopustulosa, acne nodulocística); alopecia androgênica; casos leves de hirsutismo; síndrome de ovários policísticos (SOP).

(Leia também: Como acabar com as espinhas.)

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Idec e Procon-SP alertam: Plano de saúde individual será impagável

Dia 4 de agosto o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e a Fundação Procon-SP enviaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um documento questionando o critério usado pela Agência para autorizar o reajuste das mensalidades de planos de saúde individuais. De acordo com as entidades (leia a nota do Idec e a do Procon-SP), se o critério atual for mantido, daqui a 30 anos o reajuste terá sido de 749% (setecentos e quarenta e nove por cento), contra 275% da inflação:

Para se ter uma ideia do impacto dos reajustes muito acima da inflação ao longo dos anos para o orçamento do consumidor, vamos a um exemplo: um consumidor de São Paulo, de 30 anos, com salário de R$ 3 mil e que contrata o plano de saúde de uma grande operadora com enfermaria, cobertura nacional ambulatorial e hospitalar.

A mensalidade de um plano nessas condições hoje é de R$ 180,74, comprometendo 6,02% da renda desse consumidor hipotético. Daqui a 30 anos esse usuário terá 60 anos e, caso se mantenha o ritmo de reajustes autorizados pela ANS, seu plano custará cerca de R$6.088,44, já considerando o reajuste por mudança de faixa etária – que nesse contrato é de 296,78% para as faixas restantes e o reajuste anual acumulado no período, que é de 749%.

Considerando que o salário desse consumidor será mantido e indexado pelo IPCA, sua remuneração em 2040 será R$ 11.250. Assim, se hoje ele compromete 6,02% de sua renda com o pagamento do plano de saúde, daqui a 30 anos comprometerá 54,12%.

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Indústria farmacêutica pode ter manipulado estudo com o Crestor

A rosuvastatina (Crestor) é um medicamento do grupo das estatinas. Assim como sinvastatina, atorvastatina e outras, a rosuvastatina é capaz de diminuir os níveis de colesterol no sangue, e em alguns casos até de diminuir a mortalidade cardiovascular (por problemas cardíacos e circulatórios). De dois anos para cá a a rosuvastatina virou moda, em grande parte por causa de um estudo que mostrou uma diminuição pela metade no risco de infarto agudo do miocárdio (enfarte do coração) e de acidente vascular cerebral (AVC, derrame) em pessoas com níveis normais de colesterol.

Várias pílulas saindo de uma caixinha derrubada aberta sobre uma mesa

© Michael Chen (alguns direitos reservados)

O problema é que, em 28 de junho de 2010, o Archives of Internal Medicine publicou um novo estudo, em que outra equipe de pesquisadores reanalisou os dados da pesquisa anterior, e chegou à conclusão de que os resultados do experimento não dão suporte ao uso de estatinas para a prevenção […] de doenças cardiovasculares, e levanta questões perturbadoras com relação ao papel dos patrocinadores comerciais. (Fonte: KevinMD.com.)

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Confira o resultado da promoção de 6 meses do Doutor Leonardo

Passaram-se pouco mais de duas semanas desde que anunciei uma promoção para comemorar os 6 meses do Doutor Leonardo. Além de marcar a data, o principal objetivo da promoção foi conhecer melhor os leitores, e assim estabelecer uma prioridade entre as várias ideias que tenho de material para este blog. Agradeço a todos os leitores que participaram, ainda mais considerando que pode ser trabalhoso escolher os 5 artigos favoritos.

Fotografia de divulgação

Agora que a promoção foi encerrada, chegou a hora de anunciar o ganhador do pendrive Kingston DT101G2 de 4 GB: Rosani L., de Ipeúna (SP). Rosani, por favor entre em contato comigo usando o mesmo endereço de e-mail e nome completo informados ao se inscrever na promoção, e deixe seu endereço de correio comum para receber o brinde.

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Nem sempre é melhor prevenir do que remediar

Passei em frente a uma clínica de ultrassonografia, e encontrei uma faixa incentivando todo o mundo a fazer um ecodoppler de suas carótidas. É um exame inofensivo, que avalia o fluxo sanguíneo nas artérias carótidas. Se houver uma obstrução, isso pode indicar uma placa de colesterol. O estreitamento (estenose) da carótida provocado pela placa de colesterol é um dos principais fatores de risco para um AVC (derrame), e existe uma cirurgia capaz de remover a placa de colesterol e prevenir o AVC.

Pessoa sendo submetida a ecodoppler vascular das artérias carótidas

© Greg Younger (alguns direitos reservados)

O exame parece ideal para ser incluído num check-up anual, mas antes de procurar seu médico confira o raciocínio a seguir. Você vai ver que as coisas não são tão bonitas assim.

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Promoção adiada e esclarecimento

Fui informado recentemente de uma dificuldade no preenchimento do formulário de participação na promoção de 6 meses do Doutor Leonardo. Temo que essa dificuldade possa ter inibido a participação de alguns leitores. E, de fato, as estatísticas de acesso daquela página mostram que o número de visitas é superior ao número de participantes. Por isso, resolvi trazer o seguinte esclarecimento, bem como estender o prazo de preenchimento do formulário.

O leitor precisa responder a todas as perguntas para poder concorrer ao brinde. Mas existem duas perguntas que, mesmo assim, podem ser deixadas em branco:

  • Você domina algum idioma estrangeiro?
  • Que redes sociais você usa pelo menos uma vez por semana?

Na primeira pergunta, não marcar nenhuma opção significará que o leitor não domina nenhum daqueles idiomas, só o português. Da mesma forma, não marcar nenhuma rede social significará que o leitor não usa nenhuma delas. Em ambas situações, o mecanismo do formulário entenderá a situação e fará o envio dos dados sem problemas.

Então, se essa dúvida lhe impediu de participar na promoção, o problema está resolvido. O prazo de participação será transferido para a meia-noite da sexta-feira 13. (Coincidência!)

Teste da orelhinha já é obrigatório

Segunda-feira passada o presidente sancionou a lei que obriga as maternidades e hospitais a fazer o teste da orelhinha (emissões otoacústicas evocadas) em todas as crianças nascidas no serviço. O exame permite a detecção precoce da deficiência auditiva, o que é fundamental para garantir o desenvolvimento normal da linguagem. Estima-se que, para cada 1000 recém-nascidos, entre 1 e 6 tenham algum grau de deficiência auditiva. O problema é muito mais frequente do que as doenças investigadas pelo teste do pezinho: a fenilcetonúria, por exemplo, só acontece em 0,07 criança em cada 1000. (Leia também: Nem sempre é melhor prevenir do que remediar.)

Teste da orelhinha sendo realizado num bebê

© Wellcome Images (alguns direitos reservados)

Para que a criança aprenda a falar e a entender o que os outros estão falando, é necessário que o exame seja realizado antes dos 3 meses de vida, e que a intervenção seja iniciada antes dos 6 meses. Normalmente, a família e o médico só percebem o problema quando a criança já está com 1 a 4 anos de idade.

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