Na minha opinião, a pessoa se recusar a chamar um médico de doutor é tão tolo quanto o médico exigir ser assim chamado. Sempre fiz questão de que outros profissionais da equipe me chamassem pelo primeiro nome, e nunca coloquei “Dr.” no carimbo. Já tive pacientes me chamando de “você”, “senhor”, “doutor” ou “professor”, sempre mantendo uma ótima relação, sem a agressividade que parece vir casada com a tirada “doutor é quem tem doutorado”. Só me chamo de “doutor” em raras situações, quando preciso comunicar rapidamente que sou médico, como no título deste blog ou em ligação telefônica a respeito de paciente. E isso funciona, porque em nossa sociedade chamar alguém de “doutor” é mais ou menos a mesma coisa que dizer que essa pessoa é médica, especialmente em um serviço de saúde.
Quem discordar pode me chamar de “doutor” mesmo assim. Há poucos dias o colegiado do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFPel homologou minha defesa da tese! Um dos artigos já foi publicado pelos Cadernos de Saúde Pública e outro já foi aceito para publicação pela Revista de Saúde Pública, além do terceiro, que estou melhorando antes de submeter a uma revista.