Os leitores já devem estar familiarizados como estudo PURE, que seguiu mais de 135 mil pessoas, distribuídas entre 613 comunidades, em 18 países (inclusive Brasil), em variados continentes e graus de desenvolvimento econômico. O objetivo do estudo é avaliar uma grande variedade de fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular, principalmente infarto cardíaco e derrame (acidente vascular cerebral , AVC). Esse estudo já mostrou que consumir pouco sal parece aumentar o risco cardiovascular, e que consumir pouca gordura ou muito carboidrato parecem aumentar o risco de mortes não cardiovasculares. Agora é a hora de saber se consumir frutas, hortaliças (verduras) e legumes faz mesmo bem para a saúde.
Arquivo mensais:setembro 2017
Mais gordura, menos carboidrato, mais saúde
Há muito tempo se sabe que uma dieta rica em gorduras saturadas está associada aos níveis de colesterol LDL (“ruim”), que está associado a placas de colesterol, que estão associadas a doenças cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio (enfarte cardíaco) e o acidente vascular cerebral (AVC, derrame). Por isso, há cerca de quarenta anos se recomenda uma dieta pobre em gordura (especialmente saturada) e rica em carboidratos (como arroz e pão).
Desde então, nosso entendimento do assunto avançou consideravelmente. Por exemplo, já sabemos que consumir ovo não aumenta o risco de doença cardiovascular, apesar de a gema do ovo ser rica em colesterol. Não apenas o ovo é rico em substâncias benéficas, mas (o mais importante) várias pesquisas verificaram que o risco cardiovascular não aumenta com o consumo de ovo.
Agora é a vez reexaminarmos o papel das gorduras e dos carboidratos no risco cardiovascular. Lembram-se do estudo PURE, com seus surpreendentes resultados sobre a relação entre a ingestão de sódio e a mortalidade? Em um artigo publicado em agosto pela revista científica The Lancet), os pesquisadores do PURE avaliaram a relação entre a ingestão de gorduras e carboidratos e o risco de doença cardiovascular (inclusive morte cardiovascular) e de morte por quaisquer causas. Durante uma média de 7,4 anos, o estudo acompanhou mais de 135 mil pessoas, tanto na área urbana quanto na rural, em 18 países distribuídos entre todos os continentes e estratos de desenvolvimento econômico, inclusive o Brasil.