Está amplamente divulgado na televisão e nos jornais que 12 bebês passaram mal após a aplicação de colírio no ambulatório de oftalmologia do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (HUCAM), mais conhecido como Hospital das Clínicas no Espírito Santo. Só que, na verdade, esses bebês não estavam fazendo o teste do olhinho.
O teste do olhinho, também chamado de teste do clarão pupilar e teste do reflexo vermelho, é um exame de rotina que é (ou deveria ser) feito em todas as maternidades, antes do bebê ter alta. Para fazer o exame basta o profissional, o recém-nascido, um oftalmoscópio e um ambiente escuro. Não se usa colírio no teste do olhinho.
Acontece que, quando alguma anormalidade é detectada no teste do olhinho, o recém-nascido é encaminhado ao oftalmologista para uma avaliação especializada. Além disso, bebês prematuros (nascidos antes do tempo) devem passar por uma avaliação oftalmológica 4 semanas após o nascimento. Em ambas situações, o oftalmologista vai fazer um exame de fundo de olho, e para isso ele precisa de que um assistente pingue um colírio para dilatar a pupila.
É o mesmo procedimento feito de rotina em consultas oftalmológicas em outras faixas etárias. Resta saber o por quê daqueles bebês terem sofrido aquela reação ao colírio de tropicamida. Seja qual for a causa, na prática ela é muito rara: o ambulatório funciona no HUCAM há cerca de 10 anos, e essa é a primeira vez em que algo do gênero acontece.
Por favor, ajudem a divulgar que o teste do olhinho é completamente seguro, e muito importante para a saúde dos nossos filhos!
Olá Leonardo, tudo bem?
O que provavelmente aconteceu foi que ao invés do “teste do olhinho”, que apenas avalia o reflexo vermelho e que pode ser feito por qualquer médico, os médicos estavam fazendo uma fundoscopia sob midríase (dilatação da pupila) e os bebês sofreram uma overdose de colírio com instilação de uma quantidade exagerada do mesmo.
Devemos lembrar que a mucosa conjuntival é capaz de absorver quantidades apreciáveis de colírios e que os bebês são particularmente sensíveis a estas substâncias.
O teste do olhinho é realmente de suma importância para o diagnóstico precoce de doenças graves como a catarata congênita e principalmente do retinoblastoma.
Um grande abraço.
André Pinheiro.
Andre, obrigado pelo comentário. Concordo que a intoxicação por uma dose excessiva seja a hipótese mais provável. O Toxcen, que é a referência de toxicologia do Espírito Santo, está analisando o colírio usado, mas desde logo o fabricante afirmou ter testado o lote sem encontrar qualquer erro.
Obrigado também por citar as doenças rastreadas pelo teste do olhinho.
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Leonardo,
Sou medico de familia e nao estou conseguindo um oftalmologista disponivel para minha clinica, para realização do teste do olhinho. Um colega oftalmologista me disse que daria um curso e que eu estaria capacitado a fazer o exame. Sabe se existe alguma restrição ou risco de problemas com o conselho ou com profissionais oftalmologistas por eu fazer o teste?
Não existe restrição alguma, tanto que aqui em Vitória o exame é feito por médicos de família e comunidade. Enquanto espera o curso, aproveite para providenciar que a(s) sala(s) de exame seja(m) realmente escuras.
Doutor,
bom dia !!!
Tenho um bebe de 40 dias e estamos pretes a fazer o teste do olhinho. Foi nós informado pelo profissional que o bebe deviria dilatar a pupila ” usar colirio para dilatação da pupila” , está correto o procedimento deste profissional.
O bebe não terá problemas ?
Fiquei surpreso e achei estranho para somente um teste em bebes , usar o mesmo procedimento que é usado em adulto . Vi neste site que não necessita usar nenhum tipo de substancia.
Fico no aguardo , e desde já agradeço!!!
Joselito Fernandes.
Petrolina-PE, 23 de Março de 2011.
Joselito, o que se costuma chamar
é a pesquisa do clarão pupilar, aquele mesmo do flash da máquina fotográfica. Para isso, basta uma sala escura e uma fonte luminosa adequada, geralmente um oftalmoscópio. Mas, para fazer o exame do fundo da retina, é necessário pingar colírio mesmo. É com o médico de seu bebê que você deve discutir se existe necessidade de exame do fundo da retina. A segurança do procedimento é responsabilidade do oftalmologista que o realiza.