Este ano o Boletín Terapéutico Extremeño se propôs a verificar se os medicamentos genéricos são realmente eficazes. O periódico, editado pelo governo da região espanhola da Extremadura, revisou as pesquisas realizadas até hoje sobre o assunto, e chegou à seguinte conclusão:
Os estudos clínicos aleatorizados (ECA) e as meta-análises de ECAs não encontraram diferenças […] nos resultados clínicos entre os medicamentos de marca e seus genéricos. Esta evidência é de qualidade moderada e não confirma aquela que aponta no sentido contrário, obtida de estudos observacionais retrospectivos com registros de base populacional, que têm qualidade de evidência baixa (nos pareados) e muito baixa (nos não pareados).
As pesquisas revisadas incluíram principalmente (mas não apenas) medicamentos para o sistema circulatório e o sistema nervoso central. Grande parte dos medicamentos estudados seriam muito sensíveis a eventuais diferenças entre genéricos e originais. Alguns desses medicamentos precisam de ajustes finos de dosagem, e outros têm a dosagem tóxica próxima daquela usada no tratamento.
O boletim recomendou fortemente que médicos e outros prescritores adotem os genéricos como seus medicamentos de primeira escolha. A economia de dinheiro seria enorme, e poderia ser destinada a outros gastos com saúde, comprovadamente eficazes.
Os medicamentos genéricos existem no Brasil desde a década de 90, época em que o Brasil começou a reconhecer a patente de medicamentos. Depois que a patente de um medicamento original expira (perde a validade), outras empresas podem fabricar medicamentos com a mesma composição.
Tanto os medicamentos similares quanto os genéricos têm a mesma composição que o original. A diferença é que os medicamentos genéricos passam por estudos de bioequivalância, comprovando terem absorção igual à do medicamento de referência (original).
Ou seja, os medicamentos genéricos são melhores do que os similares, e tão bons quanto os da marca original.
Muito bem colocardo, Leo.
Muitos pacientes ainda perguntam pra mim se eu confio em genéricos. Minha resposta geralmente é que eu, assim como todos os outros médicos (inclusive os que disseram para eles que não confiam) não sou técnico nem auditor de instalações industriais. Então, não posso confiar ou desconfiar. Nunca tive problemas, nunca deixei de usar comigo ou meus filhos por desconfiança. E ainda, tem o governo federal assinando do lado da caixa… o que mais posso fazer?
O que mais me surpreende é como algumas pessoas que sempre compraram similares podem ter desconfiança dos genéricos!