De acordo com o portal de notícias G1, o município de Vila Velha decidiu que idosos sem laudo médico poderão ser vacinados contra a febre amarela. A médica Márcia Andriolo, assessora especial do secretário municipal de saúde, teria informado que o procedimento atendia às normas do Programa Nacional de Imunização (PNI). Antes de serem vacinados, idosos sem laudo precisariam responder a uma série de questões, e caso não apresentem contra-indicações absolutas nem outras contraindicações relativas (além da idade, que é uma relativa), poderiam receber a vacina desde que concordassem com o risco de eventos adversos graves.
Fico feliz com a decisão, e ainda mais feliz em saber que outros municípios poderão aderir à conduta, já que o procedimento é adequado ao PNI. Na prática, a consulta médica para conseguir o laudo consiste em fazer justamente as perguntas que já serão feitas na triagem.
Existem outras situações onde as pessoas ainda precisarão de laudo médico. Por exemplo, uma pessoa pelo HIV pode estar com seu sistema imune funcionando adequadamente, mas ainda precisará de laudo médico para ser vacinada.
A questão é que Vila Velha (e, na verdade, o estado inteiro) só agora foi incluída na área de recomendação para vacinação. Em outros lugares, como em Minas Gerais, um idoso que nunca tenha recebido a vacina ou não se expõe muito à febre amarela, ou possivelmente já pegou a doença alguma vez (na maioria dos casos, a febre amarela não tem sintomas). Já em Vila Velha, existem inúmeros idosos morando próximos à Mata Atlântica sem ter recebido a vacina e sem terem sido infectados previamente.
Além disso, como Vila Velha tem dezenas de milhares de idosos, não é fácil conseguir consulta médica para todos de uma hora para a outra.