Todo o mundo sabe que a presidenta Dilma Rousseff foi a primeira mulher a abrir uma sessão da Assembleia Geral da ONU. Mas para nós, da saúde, essa 66ª sessão teve outro diferencial, ainda mais importante: o comprometimento da ONU com o enfrentamento das doenças não transmissíveis, como diabetes mellitus, derrame, infarto, asma, enfisema e câncer.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já vinha promovendo o enfrentamento das doenças não transmissíveis, e é daí que vêm iniciativas como a redução do sal e do açúcar dos alimentos industrializados, a proibição da condução de veículos por pessoas embriagadas, e os altos impostos sobre os cigarros.
Mas o combate às doenças não transmissíveis também exige o compromisso de todos os setores. Para termos uma alimentação saudável, por exemplo, é preciso ter acesso a alimentos saudáveis de forma conveniente e a um baixo custo, ao longo de todo o ano. Colocando em outros termos, para termos uma população brasileira saudável, não basta o compromisso do ministro da saúde; é preciso que a presidência vista a camisa.
De uma forma geral, a declaração política (em inglês) foi muito equilibrada, mas eu não poderia deixar de destacar uma expressão que, infelizmente, muitas pessoas levam a sério demais: epidemia.
De fato, as doenças não transmissíveis estão se tornando cada vez mais comuns, e hoje já são a causa de 72% das mortes não-violentas no Brasil. Mas, se a situação está tão grave assim, como é que a expectativa de vida do brasileiro aumenta ano após ano?
O que importa não é saber se a pessoa morre por uma doença não transmissível. Todo o mundo morre um dia; se não for por um motivo, será por outro. O que importa é quanto tempo de vida a pessoa teve, e como foi sua vida.
Essa é a abordagem que adotei para listar as principais doenças das mulheres e dos homens no Brasil. De uma forma geral, as doenças não transmissíveis são responsáveis por 63,8% da carga de doença no Brasil, com destaque para a depressão, o alcoolismo (e o uso nocivo do álcool), o infarto (e a angina), o derrame (AVC), diabetes mellitus, asma e enfisema e bronquite crônica.
Ao contrário da varíola, é impossível erradicar essas doenças. O que nós podemos fazer é contribuir para que as pessoas desenvolvam essas doenças cada vez mais tarde, e, principalmente, para que as pessoas possam continuar tendo uma vida normal apesar das doenças.
O médico de família e comunidade tem um papel fundamental nessa nova fronteira da saúde, mas isso fica para um outro artigo.
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Parabéns,
Muito bom, gostei quando falas ” do compromisso de todos os setores”, porém não podemos esquecer que é de fundamental importância que o homem tenha bons hábitos de vida, que ele tenha no mínimo conhecimento dos princípios básicos de higiene e daí esses nossos números podem cair consideravelmente.
Vânia
Técnica em Enfermagem
Estudante de Gestão em Saúde Pública -URCA – Universidade Regional do Cariri – Crato – Ceará
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