Qualidade da Saúde da Família no Espírito Santo

Neste ano passei o dia do médico de família e comunidade de uma forma diferente. Dia 5 de dezembro foi realizado o Seminário Estadual de Qualidade da APS, e junto a 2ª Mostra de Experiências na Estratégia Saúde da Família. Fui convidado para representar a Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade na moderação de uma mesa, onde três municípios de diferentes portes na região central do Espírito Santo relatariam suas experiências com o PMAQ. (Mais sobre o PMAQ no meu artigo que a RBMFC publicou este ano.)

Quando eu disse que três municípios relatariam, é porque dois municípios da região boicotaram o evento, supostamente por motivo de política partidária. A representante do município de Baixo Guandu e eu nos juntamos à mesa redonda da região norte, que acabou ficando ainda mais interessante. No encerramento do seminário, os outros moderadores e eu nos reunimos em frente a toda a plateia para sintetizar o que foi discutido nas respectivas mesas redondas.

E um dos relatos mais consistentes foi o ano de eleição municipal, que atrapalhou um bocado a implementação do PMAQ-AB pelos municípios. Naturalmente, isso é mais importante para os municípios de menor porte, cujos quadros de gestão tipicamente mudam quase inteiramente a cada eleição. Em Vitória, até onde sei (não participo da gestão e o município não se apresentou no seminário), o ano eleitoral não impediu nem o PMAQ nem outras novidades. O município da Serra, pelo jeito, já está à frente, tendo criado inclusive uma comissão permanente para avaliação da qualidade do serviço da saúde. A cada novidade do Ministério da Saúde, essa comissão aproveita a experiência das iniciativas anteriores para implementar a nova iniciativa.

Além da rotatividade dos gestores, a rotatividade dos profissionais que atendem à população também foi relatada como atrapalhando a implementação do PMAQ. Pelo menos no caso dos médicos, a rotatividade tem um reflexo muito claro sobre a saúde da população, e já dei aqui algumas sugestões de como diminuir esse problema. No seminário do dia 5 de dezembro, não pude deixar de lembrar a plateia de que o médicos especialistas em família e comunidade têm menor rotatividade que os demais, além de dar uma atenção à saúde mais qualificada.

Chamou a minha intenção a qualidade dos gestores que se apresentaram. Em especial, apreciei muito a noção de que apioador institucional não é supervisor, e sim a pessoa que dá às equipes o suporte para que elas possam atingir as suas próprias metas. Coincide com a noção de liderança na conferência do professor doutor Carlos Eduardo “Cadu” Aguilera Campos. Como seria bom se pelo metade dos municípios do estado tivesse, na prática, uma gestão tão bem direcionada!…

2 pensou em “Qualidade da Saúde da Família no Espírito Santo

  1. Jorge Paiva

    Caro amigo, seu artigo do seminário foi bom mas também gostaria de comentar que falta informatização dos agentes de saúde, um leptope ou tablete ajudaria muito nas informações que o agente recolhe nas casa sendo encaminhada diretamente ao computador do posto tendo acesso a todos com lapides e eficiência para todos e qualidade no atendimento a populações-alvo

    Responder

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *