Arquivos anuais: 2010

Idec e Procon-SP alertam: Plano de saúde individual será impagável

Dia 4 de agosto o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e a Fundação Procon-SP enviaram à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) um documento questionando o critério usado pela Agência para autorizar o reajuste das mensalidades de planos de saúde individuais. De acordo com as entidades (leia a nota do Idec e a do Procon-SP), se o critério atual for mantido, daqui a 30 anos o reajuste terá sido de 749% (setecentos e quarenta e nove por cento), contra 275% da inflação:

Para se ter uma ideia do impacto dos reajustes muito acima da inflação ao longo dos anos para o orçamento do consumidor, vamos a um exemplo: um consumidor de São Paulo, de 30 anos, com salário de R$ 3 mil e que contrata o plano de saúde de uma grande operadora com enfermaria, cobertura nacional ambulatorial e hospitalar.

A mensalidade de um plano nessas condições hoje é de R$ 180,74, comprometendo 6,02% da renda desse consumidor hipotético. Daqui a 30 anos esse usuário terá 60 anos e, caso se mantenha o ritmo de reajustes autorizados pela ANS, seu plano custará cerca de R$6.088,44, já considerando o reajuste por mudança de faixa etária – que nesse contrato é de 296,78% para as faixas restantes e o reajuste anual acumulado no período, que é de 749%.

Considerando que o salário desse consumidor será mantido e indexado pelo IPCA, sua remuneração em 2040 será R$ 11.250. Assim, se hoje ele compromete 6,02% de sua renda com o pagamento do plano de saúde, daqui a 30 anos comprometerá 54,12%.

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Indústria farmacêutica pode ter manipulado estudo com o Crestor

A rosuvastatina (Crestor) é um medicamento do grupo das estatinas. Assim como sinvastatina, atorvastatina e outras, a rosuvastatina é capaz de diminuir os níveis de colesterol no sangue, e em alguns casos até de diminuir a mortalidade cardiovascular (por problemas cardíacos e circulatórios). De dois anos para cá a a rosuvastatina virou moda, em grande parte por causa de um estudo que mostrou uma diminuição pela metade no risco de infarto agudo do miocárdio (enfarte do coração) e de acidente vascular cerebral (AVC, derrame) em pessoas com níveis normais de colesterol.

Várias pílulas saindo de uma caixinha derrubada aberta sobre uma mesa

© Michael Chen (alguns direitos reservados)

O problema é que, em 28 de junho de 2010, o Archives of Internal Medicine publicou um novo estudo, em que outra equipe de pesquisadores reanalisou os dados da pesquisa anterior, e chegou à conclusão de que os resultados do experimento não dão suporte ao uso de estatinas para a prevenção […] de doenças cardiovasculares, e levanta questões perturbadoras com relação ao papel dos patrocinadores comerciais. (Fonte: KevinMD.com.)

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Confira o resultado da promoção de 6 meses do Doutor Leonardo

Passaram-se pouco mais de duas semanas desde que anunciei uma promoção para comemorar os 6 meses do Doutor Leonardo. Além de marcar a data, o principal objetivo da promoção foi conhecer melhor os leitores, e assim estabelecer uma prioridade entre as várias ideias que tenho de material para este blog. Agradeço a todos os leitores que participaram, ainda mais considerando que pode ser trabalhoso escolher os 5 artigos favoritos.

Fotografia de divulgação

Agora que a promoção foi encerrada, chegou a hora de anunciar o ganhador do pendrive Kingston DT101G2 de 4 GB: Rosani L., de Ipeúna (SP). Rosani, por favor entre em contato comigo usando o mesmo endereço de e-mail e nome completo informados ao se inscrever na promoção, e deixe seu endereço de correio comum para receber o brinde.

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Nem sempre é melhor prevenir do que remediar

Passei em frente a uma clínica de ultrassonografia, e encontrei uma faixa incentivando todo o mundo a fazer um ecodoppler de suas carótidas. É um exame inofensivo, que avalia o fluxo sanguíneo nas artérias carótidas. Se houver uma obstrução, isso pode indicar uma placa de colesterol. O estreitamento (estenose) da carótida provocado pela placa de colesterol é um dos principais fatores de risco para um AVC (derrame), e existe uma cirurgia capaz de remover a placa de colesterol e prevenir o AVC.

Pessoa sendo submetida a ecodoppler vascular das artérias carótidas

© Greg Younger (alguns direitos reservados)

O exame parece ideal para ser incluído num check-up anual, mas antes de procurar seu médico confira o raciocínio a seguir. Você vai ver que as coisas não são tão bonitas assim.

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Promoção adiada e esclarecimento

Fui informado recentemente de uma dificuldade no preenchimento do formulário de participação na promoção de 6 meses do Doutor Leonardo. Temo que essa dificuldade possa ter inibido a participação de alguns leitores. E, de fato, as estatísticas de acesso daquela página mostram que o número de visitas é superior ao número de participantes. Por isso, resolvi trazer o seguinte esclarecimento, bem como estender o prazo de preenchimento do formulário.

O leitor precisa responder a todas as perguntas para poder concorrer ao brinde. Mas existem duas perguntas que, mesmo assim, podem ser deixadas em branco:

  • Você domina algum idioma estrangeiro?
  • Que redes sociais você usa pelo menos uma vez por semana?

Na primeira pergunta, não marcar nenhuma opção significará que o leitor não domina nenhum daqueles idiomas, só o português. Da mesma forma, não marcar nenhuma rede social significará que o leitor não usa nenhuma delas. Em ambas situações, o mecanismo do formulário entenderá a situação e fará o envio dos dados sem problemas.

Então, se essa dúvida lhe impediu de participar na promoção, o problema está resolvido. O prazo de participação será transferido para a meia-noite da sexta-feira 13. (Coincidência!)

Teste da orelhinha já é obrigatório

Segunda-feira passada o presidente sancionou a lei que obriga as maternidades e hospitais a fazer o teste da orelhinha (emissões otoacústicas evocadas) em todas as crianças nascidas no serviço. O exame permite a detecção precoce da deficiência auditiva, o que é fundamental para garantir o desenvolvimento normal da linguagem. Estima-se que, para cada 1000 recém-nascidos, entre 1 e 6 tenham algum grau de deficiência auditiva. O problema é muito mais frequente do que as doenças investigadas pelo teste do pezinho: a fenilcetonúria, por exemplo, só acontece em 0,07 criança em cada 1000. (Leia também: Nem sempre é melhor prevenir do que remediar.)

Teste da orelhinha sendo realizado num bebê

© Wellcome Images (alguns direitos reservados)

Para que a criança aprenda a falar e a entender o que os outros estão falando, é necessário que o exame seja realizado antes dos 3 meses de vida, e que a intervenção seja iniciada antes dos 6 meses. Normalmente, a família e o médico só percebem o problema quando a criança já está com 1 a 4 anos de idade.

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Faltam 3 dias para o fim da promoção de 6 meses do Doutor Leonardo

Terça-feira é o último dia para participar da promoção. Estou pedindo aos leitores que respondam a algumas perguntas desenvolvidas para que eu possa adequar melhor o conteúdo do Doutor Leonardo ao interesse de seus leitores. Para estimular a participação, sortearei um pendrive Kingston DT101G2 de 4 GB entre os leitores que responderem a todas as questões.

Fotografia de divulgação

O questionário é quase todo muito simples de se responder, mas existe uma única pergunta que exige uns 10 minutos para ser respondida: quais são seus 5 artigos preferidos. Para facilitar a resposta, disponibilizei uma lista completa dos artigos publicados em 2010 no Doutor Leonardo. Peço, no entanto, que o leitor considere apenas os artigos publicados de janeiro a julho de 2010, já que os artigos de agosto ainda não tinham sido publicados quando a promoção foi lançada.

Acesse agora mesmo a página da promoção e participe!

A história da tuberculose: do contágio aos sintomas e à cura

Um amigo me pediu para escrever um artigo específico sobre tuberculose: os tipos, os sintomas, quando procurar o médico, tratamento, estatísticas… Na verdade, ele já sabia a maior parte do que me pediu para descrever, mas ele estava preocupado com muita desinformação por parte dos médicos e preconceito por parte da população, apesar de existir cura na maioria dos casos. O assunto ficou ainda mais relevante depois que descobri que os agentes comunitários de saúde têm mais chance que seus familiares de serem infectados pela tuberculose. Não dá para escrever tudo o que ele pediu, então vou focar na história natural da doença: como se pega, como se adoece, e como se cura.

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Conheça os benefícios do aleitamento materno para a saúde da mãe

Confesso que cheguei meio desavisado à Semana Mundial do Aleitamento Materno. Mas é impossível passar batido por um assunto tão importante, quando se tem companheiros como o Blog do Pediatra em Casa (Começa hoje a Semana Mundial de Aleitamento Materno) ou o Aprendendo a Vida (Senado aprova licença maternidade de seis meses).

Os Cadernos de Saúde Pública de 3 de agosto de 2008 publicaram uma ampla revisão da literatura sobre o assunto, realizada por pesquisadoras do Instituto de Saúde. Acredito que todo o mundo conheça algum benefício do aleitamento materno para a saúde da criança, então hoje trago para vocês os benefícios da amamentação para a saúde da própria mãe.

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Filhos de lésbicas têm desenvolvimento psicológico normal

Agora que a Argentina reconheceu a união entre pessoas do mesmo sexo, muitas pessoas estão questionando quando o Brasil seguirá o exemplo. No meio tempo, os casais homossexuais daqui vão colecionando outros direitos, como o de incluir o companheiro como dependente no plano de saúde e no Imposto de Renda. Além disso, os homossexuais também podem adotar crianças, porque a lei brasileira é explícita quanto à irrelevância do estado civil (ser ou não casado), e a Constituição Federal proíbe a discriminação da pessoa em função de sua orientação sexual.

Duas recém-casadas com a filha ao meio

© bobster855 (alguns direitos reservados)

As pesquisadoras Gartrell e Bos destacam que a homossexualidade deixou de ser considerada doença há mais de 30 anos, mas ainda existe quem questione a legitimidade da criação de um filho (adotivo ou biológico) num lar homossexual. Já foram realizados vários estudos, que não encontraram influência alguma da orientação sexual dos pais no ajustamento psicológico dos filhos. A maioria desses estudos avaliou as famílias pontualmente, sem acompanhá-las ao longo do tempo. Isso traz algumas limitações, e é para responder a elas que as pesquisadoras começaram a acompanhar, em meados da década de 80, lésbicas grávidas ou planejando gravidez por inseminação artificial. O estudo científico publicado recentemente no periódico Pediatrics relata que hoje em dias esses filhos têm 16 a 18 anos de idade, e seu ajustamento psicológico é ainda melhor que a média.

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