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É melhor usar camisinha o ano inteiro

Estamos naquela época do ano de novo. As pessoas se divertem como se o mundo fosse realmente acabar em 2012, e enquanto isso o Ministério da Saúde tenta convencê-las a pelo menos usar camisinha.

Mas por que concentrar as propagandas no Carnaval? O número de atendimentos a doenças sexualmente transmissíveis (DST) não aumenta em seguida ao Carnaval, e (convenhamos) a propaganda não é tão efetiva assim. Além disso, há muito tempo já se sabe que, para se proteger contra as DST, é necessário usar camisinha não apenas de forma correta, mas também de forma consistente, ou seja, em todas ou quase todas as relações sexuais.

Boca de balões de festa, parecendo camisinhas desenroladas.

As propagandas dão muito destaque ao HIV, que todo o mundo já sabe que causa AIDS e pode ser transmitido por relações sexuais desprotegidas, mas pouco se fala das outras doenças que a camisinha previne — inclusive o câncer de colo de útero.

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Gonorreia não é a mesma coisa que síndrome do corrimento uretral

O leitor Antônio Kretz conferiu as novidades da lista de notificação compulsória, e deixou o seguinte comentário:

Caro Dr. Leonardo,

Gostaria de saber se “Síndrome do Corrimento Uretral” é a mesma coisa que “Gonorréia”?

Antônio, são duas coisas diferentes, mas com uma grande sobreposição entre si.

Preservativo enrolado, fora da embalagem

© Flegmus (BY-SA)

É muito fácil dizer que a gonorreia é uma DST causada pelo micro-organismo Neisseria gonorrhoeae, e que um de seus sintomas é o corrimento uretral (secreção saindo da uretra). Na prática, contudo, a interpretação dos sinais e sintomas não nos permite confirmar ou excluir o diagnóstico de gonorreia. Uma pessoa infectada pode não apresentar sintoma algum; e uma pessoa com corrimento uretral pode ter gonorreia, outra doença, ou mesmo mais de uma infecção ao mesmo tempo.

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Ministério da saúde aumenta lista de doenças de notificação compulsória

Ontem (1) o Ministério da Saúde publicou a Portaria 2472, de 31 de agosto de 2010, que amplia a lista de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória e regulamenta o sistema correspondente. Confira os novos itens da lista:

  • Acidentes com animais peçonhentos
  • Atendimento antirrábico
  • Esquistossomose
  • Intoxicações exógenas agrotóxicos, metais pesados e outros
  • Sífilis adquirida
  • Síndrome do corrimento uretral masculino

A nota do Ministério da Saúde à imprensa aponta para o texto integral da portaria.

Acredito que a informação será mais útil para os profissionais de saúde. Mas qualquer um pode atualizar a página da Wikipédia sobre notificação compulsória. Além disso, é bom lembrar todo o Brasil de que, em certas doenças, o médico é obrigado a notificar sua ocorrência à Vigilância Sanitária, mesmo que o atendimento ocorra num consultório médico ou hospital particulares.

Por que os homens morrem mais cedo?

Hoje se completa um ano desde que o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional da Saúde do Homem. (Leia a nota publicada em 2009.) Todo o mundo o mundo viu na televisão o que os médicos já sabiam havia muito tempo: o homem morre mais cedo que a mulher. Quando a política foi lançada, a expectativa de vida ao nascer dos homens era estimada em 7,6 anos a menos que a das mulheres.

O engraçado é que os homens morrem mais cedo, mas adoecem menos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um homem brasileiro que nascesse em 2002 teria uma uma expectativa de passar 13,0% de sua vida, ou seja, 8,5 anos com algum grau de incapacidade (que é uma forma de medir a gravidade das doenças). Já uma mulher que nascesse naquele mesmo ano teria uma expectativa de passar 9,8 anos com incapacidade, ou seja 13,6% de sua expectativa total de vida.

A maioria dos consultórios médicos recebe mulheres com muito mais frequência do que homens. Além de adoecer mais, as mulheres vão ao médico com mais facilidade que os homens, seja por motivos culturais, seja por motivos trabalhistas. Quando o agente comunitário de saúde visita uma família, é quase sempre a mulher que o atende, mesmo que o homem esteja em casa.

Pensando em ajudar todos a olhar um pouco mais para a saúde do homem, trago aqui uma análise dos 10 principais fatores de risco para a saúde do homem brasileiro. Para dar uma dimensão da importância de cada fator de risco, anotei entre parênteses a proporção da carga de doença da população masculina que é causada por aquele fator de risco.

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África testa anel vaginal para prevenir transmissão sexual do HIV

A International Partnership for Microbicides anunciou terça-feira que está iniciando um estudo clínico da segurança e eficácia de um anel vaginal que promete diminuir o risco de uma mulher contrair o vírus da AIDS durante uma relação sexual. O anel libera gradualmente um medicamento chamado dapivarina dentro da vagina, da mesma forma que os aneis vaginais mais conhecidos liberam hormônios para evitar a gravidez.

Anel vaginal com dapivirina

© Andrew Loxley/IPM (divulgação)

O anel vaginal usado no [estudo] é feito de silicone flexível, é durável e pode ser facilmente distribuível, tornando-o adequado ao uso em países em desenvolvimento. Cada anel libera gradualmente 25 mg do medicamento antirretroviral dapivirina ao longo de 28 dias, potencialmente proporcionando proteção sustentada contra o HIV. O anel é fabricado pela IPM, que tem uma licença gratuita da dapivirina da Tibotec Pharmaceuticals, uma divisão da Johnson & Johnson.

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Os 10 maiores fatores de risco para a saúde do Brasil

Este artigo foi atualizado em 2015: “Os 10 maiores fatores de risco para a nossa saúde.”

Semana passada publiquei um artigo sobre os 10 maiores fatores de risco para a saúde das mulheres brasileiras, levando em consideração não apenas o risco individual das pessoas afetadas, mas também o número de mulheres afetadas. Pois bem, dessa vez trago a vocês uma lista semelhante, mas com os principais fatores de risco para a saúde de toda a população brasileira, não apenas das mulheres. (Leia também: Por que os homens morrem mais cedo?.)

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Como se prevenir contra a AIDS

Ontem a enfermeira Andressa Campos me apresentou um vídeo muito espirituoso sobre como se proteger do HIV. Trata-se de uma propaganda da organização não governamental francesa AIDES, que luta contra a AIDS e as hepatites virais. Importante avisar que o conteúdo não é adequado para crianças.

Conheça os 10 maiores fatores de risco para a saúde da mulher

As mulheres têm uma presença constante na assistência à saúde, seja como profissionais, seja como pacientes. Qualquer antessala de médico tem duas vezes mais mulheres que homens. Por isso, aproveito o Dia Internacional da Mulher para divulgar quais são os fatores de risco modificáveis que mais tiram anos de vida e que mais trazem incapacidade para as mulheres brasileiras.

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