Dia 25 de novembro, como já mencionei aqui no Doutor Leonardo, o governo brasileiro divulgou um acordo com a indústria para a redução do teor de sódio (e de glicose) dos produtos alimentícios. A redução deverá ser gradual, para as pessoas não estranharem, e em 2020 os alimentos industrializados do Brasil deverão ter 50% menos sódio que hoje em dia. Esse acordo deverá ter um benefício imenso para a nossa saúde. Não se trata apenas de abaixar a pressão arterial. Trata-se de salvar vidas — muitas vidas.
Neste ano o New England Journal of Medicine publicou um estudo em que os pesquisadores simularam o que aconteceria nos Estados Unidos se aquele país tivesse uma iniciativa igual à do Brasil. Confira um trecho do resumo:
Uma intervenção regulatória desenvolvida para alcançar uma redução da ingestão de sal em 3 gramas por dia salvaria, todo ano, 194 a 392 mil anos de vida ajustados por qualidade de vida, e economizaria todo ano 10 a 24 bilhões de dólares em atenção à saúde. Tal intervenção traria mais economia do que custo, mesmo se apenas uma modesta redução de 1 grama por dia fosse atingida gradualmente entre 2010 e 2019, e seria mais custo-efetiva que usar medicamentos para baixar a pressão sanguínea em todos os hipertensos.