Todo o mundo fica triste de vez em quando. Acontece algo ruim, ou simplesmente a gente está num mal dia, e de repente tudo parece pior ou sem graça. Isso nos permite reavaliar nossas decisões, economizar nossas energias e até atrair ajuda. Mas em alguns casos a pessoa não se sente capaz de resolver seus problemas, que vão crescendo cada vez mais, realimentando um ciclo vicioso que chamamos de depressão.
No Limiar da Eternidade. Pintado por Vincent van Gogh poucos dias antes de cometer suicídio.
A depressão não é pouca coisa. Na verdade, a depressão é a doença que mais tira anos de vida saudáveis dos brasileiros. No caso das mulheres, é ainda pior: 11% de toda a carga de doença é devida à depressão. Essa carga de doença é medida na forma de anos de vida perdidos por morte precoce, com um acréscimo pelo grau de incapacidade das pessoas que sobrevivem com a doença, multiplicando pelo número de pessoas afetadas. (Leia também: Os 10 maiores fatores de risco para a saúde do Brasil
.)
Para fins práticos, o critério mais importante para diferenciar a tristeza-normalidade da depressão-doença é a duração. Quando o estado depressivo ultrapassa duas semanas, a chance da pessoa se recuperar sozinha nos próximos dias é cada vez menor. E o mais importante, os tratamentos disponíveis não adiantam para os tristes, mas sim para os deprimidos.
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