Arquivo do Autor: Leonardo Fontenelle

Saúde da Família dá voto

Os colegas do Rio de Janeiro (RJ) dizem que o candidato à reeleição para prefeito lá está com 57% de intenções de votos. Não dá para deixar de associar o eminente sucesso eleitoral à política de saúde do município, que aliás já foi motivo de um artigo neste blog, em 2010: “Rio de Janeiro amplia Saúde da Família“.

Os cariocas reconhecem a importância da estratégia Saúde da Família e do médico de família e comunidade. Basta observar que, enquanto a atual presidenta Dilma Rousseff mal tocou no assunto em sua campanha eleitoral, Eduardo Paes enche a boca para falar de nós. Confira neste vídeo, aos 6 minutos e 50 segundos:

Existe Saúde da Família depois das eleições?

A estratégia Saúde da Família (PSF) é responsabilidade dos municípios, e por isso a cada quatro anos aparece um clima de insegurança. Como vão ficar as coisas quando mudar o prefeito?

Este é um ano de eleições municipais, de forma que achei oportuno dividir com vocês o depoimento de Hamilton Lima Wagner, médico de família e comunidade do município de Curitiba (PR):

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Notas rápidas 31/08/2012

Algumas notícias enquanto não trago um artigo mais aprofundado:

RBMFC traz artigo sobre mudanças na PNAB

Ano passado eu tinha apresentado uma palestra sobre as mudanças que o Ministério da Saúde vinha fazendo na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). Na época publiquei um comentário sobre as novidades da PNAB aqui no Doutor Leonardo, e também fui convidado para adaptar o material da apresentação para a Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (RBMFC). Demorou um pouco, mas finalmente o artigo foi publicado, na seção de debate da RBMFC. O material não é mais tão atual assim, mas ainda é uma leitura muito interessante para quem trabalha na Saúde da Família.

Indústria promete reduzir sódio em margarina e cereal

Individualmente, a redução do sal da comida tem um efeito modesto no controle da pressão arterial. Mas, em termos de saúde coletiva, reduzir o consumo médio de sal por pessoa é capaz de reduzir o número de derrames em maior proporção do que o tratamento medicamentoso de todos os hipertensos.

Eu já tinha divulgado que o Ministério da Saúde tinha fechado um acordo com a indústria alimentícia para a redução do sal e do açúcar em seus produtos. Nesta semana a Folha de São Paulo publicou uma matéria sobre o andamento dessa redução:

As reduções propostas, escalonadas para 2013 e 2015, variam de 1,3% ao ano (para temperos à base de alho e cebola para arroz) até 19% ao ano (margarinas vegetais).

Comissão do Senado aprova vinculação de receita da União para a saúde

Atualmente o governo federal destina para a saúde apenas 4% do seu orçamento total, enquanto os estados são obrigados pela Emenda Constitucional nº 29 a destinar 12%, e os municípios, 15%. Há pouco tempo divulguei um projeto de lei de iniciativa popular para obrigar o governo federal a reservar pelo menos 10% do orçamento para a saúde. Enquanto as entidades médicas coletam assinaturas, a Câmara dos Deputados recebeu mais dois projetos de lei semelhantes, e agora descobri o projeto de Lei do Senado nº 156, de 2007:

Art. 2º A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, conforme definidos nesta Lei Complementar, o montante mínimo correspondente a dezoito por cento de sua receita corrente líquida, calculada nos termos do art. 2º da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.

O projeto acabou de ser aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e segue para a Comissão de Assuntos Socias, de onde (se aprovada) vai para votão na Plenária do Senado.

Será que dessa vez vai?

ACMFC inicia programa de educação continuada

A Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC, de cuja diretoria faço parte) já realizava todo ano uma jornada dentro do Congresso Médico Estadual da AMES. Agora também estamos promovendo eventos mensais, as rodas de discussão clínica, realizadas sempre num sábado pela manhã no auditório do Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES).

A próxima roda de discussão clínica será realizada dia 15 de setembro, às 9 horas da manhã, e terá como tema a abordagem do olho vermelho (conjuntivite e seus diagnósticos diferenciais) na atenção primária à saúde. A apresentadora será a oftalmologista Adriana Cardozo, que é uma das autoras do respectivo capítulo do Tratado de Medicina de Família e Comunidade.

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Como fazer lavagem de ouvido em casa

É muito comum ter ouvido entupido por cera, principalmente se a pessoa usar cotonete. Quase sempre nós médicos recomendamos que se faça uma lavagem de ouvido para desentupi-lo, mas muitos médicos não sabem realizar o procedimento, ou então simplesmente sua agenda é lotada demais. A boa notícia é que dá para fazer a lavagem de ouvido em casa, seguindo as orientações abaixo.

Aspirador nasal.

O procedimento é bem simples. Tudo de que a pessoa precisa é água morna (na temperatura da pele) e um aspirador nasal, aquela “bombinha” de tirar meleca do nariz de bebê.

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Doutor Leonardo supera a marca de mil leitores

A cada vez que um artigo é publicado no Doutor Leonardo, uma cópia é enviada por e-mail para todos os assinantes, que são a parcela mais fiel dentre as dezenas de milhares de visitantes mensais. Oito meses atrás este blog tinha mais de 500 leitores assinantes, e agora tenho a felicidade de anunciar que são mais de 1000 assinantes no Doutor Leonardo.

Como tirar cera do ouvido

Todo o mundo tem cera no ouvido. Ela evita infecções, e espanta os insetos. Mesmo assim, muita gente tem o costume de tirar cera do ouvido, com objetos pontiagudos ou cotonete (de qualquer marca). O problema é que, além de aumentar o risco de otites externas, esse costume aumenta as chances da pessoa ter o ouvido entupido.

Se é assim, como é que se deve tirar a cera do ouvido? Simples: não tire. A cera sai sozinha. Basta passar o dedo no ouvido para tirar a cera que já saiu.

Por outro lado, quando a pessoa já está com o ouvido entupido, a cera não sai sozinha: é preciso fazer uma lavagem de ouvido. Muitas pessoas têm dificuldade em conseguir esse procedimento, especialmente no SUS, e por isso daqui a alguns dias eu vou explicar como fazer lavagem de ouvido em casa. Aguardem!

Como evitar a rotatividade do médico de família

A continuidade da relação entre a pessoa e seu médico é uma das características mais importantes de uma boa atenção primária à saúde, tanto que um estudo brasileiro percebeu uma diminuição na necessidade de internação hospitalar simplesmente pelo fato do médico trabalhar há mais tempo na mesma equipe de Saúde da Família. Acontece que, na média, o médico trabalha apenas 2 anos no mesmo município, e nem sempre passa esse tempo todo com a mesma equipe. Pior ainda: uma pesquisa da UFMG constatou que “problemas que têm origem na gestão municipal são a principal causa da rotatividade dos médicos da ESF.”

Como prometido na semana passada, revisei estudos sobre a rotatividade dos médicos de família e comunidade no Brasil para trazer algumas dicas:

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Nova diretoria da ACMFC

Essa é uma nota rápida para divulgar que a Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade elegeu sua nova diretoria, para o biênio de 2012 a 2014. O autor deste blog passou a diretor acadêmico, depois de 2 anos como diretor substituto:

  • Presidente: Robson Adriano Zanoli
  • Vice presidente: Marcello Dala Bernadina Dalla
  • Secretária Geral: Flávia Thereza Rodrigues Decottignies de Barros
  • Diretor Financeiro: José de Almeira Castro Filho
  • Diretor Acadêmico: Leonardo Ferreira Fontenelle
  • Diretora Científica: Lívia Matavelli Santos
  • Diretor de Exercício Profissional: Thiago Dias Sarti
  • Diretora de Comunicação: Violeta Vargas Lodi
  • Diretores Suplentes: Waleska de Souza Reisman; Tatiana Argolo Toscano Figueiredo

Por coincidência, a eleição foi realizada no dia 19 de maio, que é justamente o dia internacional do médico de família e comunidade. (No Brasil, comemoramos no dia 5 de dezembro, aniversário de fundação da SBMFC.)

Rotatividade do médico na Saúde da Família faz mal à saúde (e ao bolso)

Uma das maiores dificuldades na estratégia Saúde da Família é lidar com a constante troca dos profissionais, principalmente dos médicos. Essa rotatividade afeta diretamente a moral dos profissionais, de suas equipes, e de seus pacientes, mas esse impacto é subjetivo, e muitas vezes passa desapercebido pelos gestores. Então resolvi divulgar aqui um estudo que mostra o impacto objetivo da rotatividade profissional na saúde da população e nos custos do sistema de saúde.

A autora principal da pesquisa foi a médica de família e comunidade Claunara Mendonça, que cursava mestrado profissional de epidemiologia enquanto dirigia o departamento de atenção básica do Ministério da Saúde. Os pesquisadores reuniram dados de diversas fontes para observar a relação entre a expansão da estratégia Saúde da Família e a redução das internações preveníveis em Belo Horizonte, de 2003 a 2006.

Além da expansão da estratégia Saúde da Família, o tempo de permanência do médico na mesma equipe também se mostrou associado a uma redução nas taxas de internação. Por exemplo, se uma equipe atende a 3500 pessoas, e conta com o mesmo médico há 2 anos, são 4 ou 5 internações a menos por ano.

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